Páginas

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eu conheço o GENOINO e posso testemunhar que é um dos homens mais GENUINOS. Leonardo Boff

JOSÉ GENOINO como Presidente do PT foi condenado pelo STF por corrupção ativa. A condenação se fez não à base dos autos nos quais apenas se encontram indícios não provas materiais. Estes indícios deram origem à suposições e ilações que levaram os juizes, menos um, cujo nome merece ser citado Ricardo Lewandowski, a condená-lo. Genoino reafirma sua inocência. A assinatura abreviada (“chamegão”) que apunha nos documentos era um ato estatutário (o estatuto do PT o exigia) como acontece em todas as empresas, nas quais os diretores devem todo dia assinar muitos papéis. Não era o encarregado das finanças do PT, mas de estabelecer o diálogo político, necessário numa demoracria parlamentar.
Eu conheço o GENOINO e posso testemunhar que é um dos homens mais GENUINOS que encontrei na vida. Esteve na guerrilha do Araguia. Quase foi morto na tortura. Sua esposa grávida, também foi torturada. Ambos temiam perder o bebê que ela trazia em seu seio. Mas felizmente nada lhe aconteceu. Nasceu a filha MIRUNA. Após a condenação do pai que vive uma vida franciscana e extremamente ética e inteira escreveu uma carta comovedora. Partilho os sentimentos com quem ainda é capaz de se sensibilizar, se indignar e de continuar lutando porque “a coragem é o que dá sentido à liberdade” e à vida. LEONARDO BOFF

"Enquanto houver injustiça no campo, não iremos parar de lutar", diz Cláudia Farinha - Dia do Trabalhador Rural - 25 de julho

Publicada 25/07/2013

"Enquanto houver injustiça no campo, não iremos parar de lutar", diz Cláudia Farinha

“Neste dia, reafirmarmos que enquanto houver pobreza, desigualdade e injustiça no campo não iremos parar de lutar!” A afirmação é de Cláudia Farinha, Secretária de Políticas Sociais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Distrito Federal e Entorno (FETADFE) ao se referir ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural que é comemorado no dia 25 de julho.
No artigo a seguir, ela traça um quadro da atual situação organizativa e de luta dos mais de 300 mil trabalhadores rurais da região. Ela é filha de agricultores familiares, da primeira mulher presidente de um dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do DF, a sua principal referência de militância. Assim, envolveu-se no movimento sindical rural desde a adolescência.

Participou, em 1998, do processo de fundação da FETADFE, entidade na qual integra a direção executiva desde o ano 2000. Na entidade, foi Secretária Geral e Administrativa e, depois, Secretária de Assalariados/as Rurais. Em 2003, compôs a direção ampliada da CUT Brasília. Além da área sindical, Cláudia Farinha tem atuação junto a diversos segmentos nos movimentos populares e também na política partidária.

É com base nessa trajetória de participação e luta que ela aponta os principais problemas e desafios dos trabalhadores rurais. Confira:

Uma reforma agrária que ainda precisa acontecer

No Distrito Federal e no Entorno há uma intensa luta pela terra. Ela se deu e continua ocorrendo por causa da estrutura fundiária que beneficia os grandes proprietários e os especuladores de terras e da monocultura de grãos, associada à pecuária extensiva, degradantes do meio ambiente.

Localizados em área estratégica no país, o DF e os municípios do Entorno que compõem a base da FETADFE atraíram muitos migrantes, especialmente do Nordeste do país, em busca de terra e trabalho. No entanto, a alta concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários e uma estrutura produtiva e tecnológica que favorece a produção extensiva e monocultora para exportação, deteriora o meio ambiente e reduz a mão-de-obra, criaram uma região explosiva, com conflitos envolvendo grileiros, posseiros, colonos, proprietários de terras e, em maior número, os trabalhadores rurais sem-terra. Para piorar, avolumaram-se os sítios de finais de semana que substituíram áreas de agricultura de subsistência acelerando a redução das ocupações produtivas e empregos no campo.
" Essa realidade associada ao processo de redemocratização do país possibilitou um cenário político-social que facilitou o debate sobre a reforma agrária, inicialmente, mediado pela igreja católica na década de 70, reforçado pelo movimento sindical, em especial, a partir da década de 80, fazendo com que a bandeira por reforma agrária ganhasse força e culminasse com a ocupação de latifúndios improdutivos nos Estados de Goiás e Minas Gerais, no Entorno do Distrito Federal, ação que se estendeu a outros movimentos do campo, que surgiram ao final da década de 80 e posteriormente." Esse quadro foi constatado pelo pesquisador Marcelo Leles Romarco de Oliveira e apresentado no estudo “Um olhar sobre assentamentos rurais no Entorno do DF”, apresentado durante encontro da Rede de Estudos Rurais, em 2006, no Rio de Janeiro.
Como resultado dessas ações, até o ano de 2006, foram conquistados 139 assentamentos, integrados por 9.312 famílias assentadas pela Superintendência Regional do Distrito Federal e Entorno do Incra, cuja jurisdição abrangia o nordeste de Goiás (Chapada dos Veadeiros) e o noroeste de Minas (região de Unaí). Verificou-se, no entanto, que no processo de assentamento se priorizou a quantidade em detrimento da qualidade, e, especial nos governos de FHC. "Isso fica claro principalmente no que tange a infraestrutura como água, estradas, energia elétrica assistência técnica. Para muitos desses assentados, a reforma agrária ainda não aconteceu", avaliou o pesquisador, apresentando “um olhar” do qual compartilho integralmente.
Até meados 1995, as questões agrárias eram tratadas na Unidade Avançada do Incra em Brasília, no entanto, as pressões dos movimentos sociais e o aumento das ocupações de terras na região impulsionaram a organização dos Sindicatos de Trabalhadores/as Rurais e a constituição da Federação dos Trabalhadores do Distrito Federal e Entorno (FETADFE), fundada em 27 de junho de 1998. Isto, também, fez com que o Governo Federal criasse a SR-28 (Superintendência Regional do Incra) responsável pelas questões agrárias no DF e Entorno Noroeste Mineiro.

Hoje, após 15 anos de existência, a FETADFE congrega 30 Sindicatos de Trabalhadores Rurais filiados (Água-Fria, Águas Lindas, Alexânia, Alvorada do Norte, Cabeceiras, Campos Belos, Cavalcante, Cidade Ocidental, Colinas do Sul, Cocalzinho de Goiás, Damianópolis, DF, Divinópolis, Flores de Goiás, Formosa, Guarani de Goiás, Iaciara, Luziânia, Mambai, Monte Alegre, Nova Roma, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Posse, Santo Antônio do Descoberto, São João D’Aliança, Simolândia e Buritinópolis, Sitio D’ Abadia e São Domingos).

Nesse tempo, tem promovido a luta pelos direitos de homens e mulheres do campo (agricultores/as familiares, acampados/as e assentados/as da reforma agrária, assalariados/as rurais, meeiros, comodatários, quilombolas, pescadores artesanais, etc). Até a criação da FETADFE os Sindicatos de Trabalhadores/as Rurais da região do Entorno e Nordeste Goiano eram organizados no Polo de Formosa, ligado à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Goiás (Fetaeg), enquanto o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do DF fazia a luta juntamente com a Contag.
Do total de acampamentos/assentamentos existentes na região, cerca de 70% são ligados à FETADFE. Desses há 11 acampamentos a serem regularizados**. Até outubro próximo, está prevista a regularização de 5 áreas pelo programa de assentamento de trabalhadores rurais.
Deverão ser atendidos os acampamentos de Pinheiral, Mangueiral, Banco do Brasil (em São Sebastião-DF) e Santarém (em Samambaia-DF) que existe há 16 anos.

Infelizmente, no Entorno de Brasília – Nordeste Goiano e no Noroeste de Minas – os governos têm tratado os agricultores familiares de forma distanciada e sem os mesmos cuidados que dispensam ao atender os grandes proprietários. Inclusive, sabe-se que o atual governador de Goiás, Marconi Perillo, refere-se de forma jocosa ao Nordeste Goiano como “Bolsão da Pobreza” e ao Entorno do DF como o “Cinturão da Miséria”, sem que medidas adequadas sejam tomadas por ele.

É preciso aprofundar as políticas que visem ao fortalecimento da agricultura familiar, que apresenta índices de produtividade muito superiores aos do agronegócio extensivo e degradante dos bens naturais.
A FETADFE e seus Sindicatos têm contribuído para este debate, orientados pelo Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, o projeto político do Movimento Sindical de Trabalhadores/as Rurais. Este projeto defende a valorização da agricultura familiar, a realização de uma ampla e massiva reforma agrária e a melhoria nas condições de trabalho e de vida dos assalariados e assalariadas rurais, tendo por referência as bases conceituais da agroecologia e da solidariedade.

Neste dia 25 de julho, quando comemoramos o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, também, é importante destacar que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu todos os direitos do trabalhador rural e urbano. Porém, ainda é gritante a diferença entre as duas categorias. É preciso maior e mais qualificado acesso às políticas adequadas de crédito rural, de assistência técnica, de educação, saúde, comunicação, moradia, transporte, beneficiamento e armazenamento da produção, dentre outras, voltadas à agricultura familiar.

Outro fator relevante para os rurais é aposentadoria. A diferença na idade para a aposentadoria não é um privilégio, e sim um direito conquistado, que se justifica pelas dificuldades enfrentadas por homens e mulheres do campo.

Somos trabalhadores e trabalhadoras e merecemos respeito dos poderes constituídos, em especial do Executivo e Judiciário. Neste dia, reafirmarmos que enquanto houver pobreza, desigualdade e injustiça no campo não iremos parar de lutar!


Cláudia Farinha
http://www.cutdf.org.br/novo/cut_default.aspx?cmx=2128

Foto: César Ramos
Vídeos

Boletim Informativo
Para receber o nosso boletim preencha os campos abaixo..
E-mail cadastrado com sucesso.
Nome:
E-mail:
SDS Edifício Venâncio V subsolo – lojas 4,14 e 20
Cep: 70.393-900 Brasília-DF
Tel : (0**61) 3251-9374 | Fax: (0**61) 3251-9393
Trust Rating
Not Yet Rated
cutdf.org.br
Close
Twitter