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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Celeste Caeiro 40 anos depois, ainda tem motivos contra os quais protestar - Revolução dos Cravos


Celeste Caeiro, a mulher que com cravos deu nome à Revolução em Portugal





Oscar Tomasi.
Lisboa, 24 abr (EFE).- A portuguesa Celeste Caeiro, de 80 anos e com apenas um metro e meio de estatura, se ruboriza quando lhe dizem que ela faz parte da história, apesar de quase não falar mais, e apenas sussurrar.
"Não tinha nada mais para dar a não ser um cravo", relembra humilde, em entrevista à Agência EFE, a mulher que, sem pretender, deu nome à Revolução em seu país.
Porque embora o levante que acabou com cerca de meio século de ditadura em Portugal tenha sido obra dos militares e a transição para a democracia fosse liderada pelos políticos, Celeste - que foi garçonete, costureira, lojista e funcionária de um guarda-volumes - será recordada como a responsável pelo dia 25 de abril passar para a História como o dia da "Revolução dos Cravos".
De mãe espanhola, é a mais nova de três irmãos e quase não conheceu o pai, que os abandonou. A história se repetiu com o pai de sua única filha, que foi embora sem deixar rastro e a transformou em uma mãe solteira, algo pouco habitual naqueles anos e mais ainda no católico Portugal de meados do século XX.
Justamente um ano antes do golpe de Estado, em 25 de abril de 1973, começou a trabalhar no guarda-volumes de um restaurante que abriu naquele mesmo dia no centro de Lisboa, o Sifire, que introduzia um conceito inovador: o self service.
É lá onde começa a singela história de Celeste Caeiro, já parte dos livros de História. "Os donos queriam fazer uma festa para comemorar o primeiro aniversário da casa e em uma festa não podem faltar as flores", relata.
"No dia 25 de abril de 1974 fui como era costume bem cedo para o trabalho (...) Chegamos, vimos a porta fechada e o gerente nos disse que não ia abrir porque estava acontecendo uma revolução, mas que fôssemos ao estoque e pegássemos as flores, para que não fossem desperdiçadas", lembra.
Essa foi a primeira notícia que teve do golpe militar. Contra o conselho de seus chefes, Celeste decidiu não ir diretamente para casa, mas foi se informar sobre o que estava acontecendo, não sem antes pegar vários cravos vermelhos e brancos.
"Não respondi, mas disse para mim mesma: se há uma revolução, eu quero ver o que está acontecendo". Uma curta viagem de metrô a deixou na praça do Rossio, justo no início do Largo do Carmo, onde os tanques dos sublevados aguardavam novas ordens em uma tensa espera desde a madrugada.
"Olhei para eles e disse a um soldado: o que é isto, o que estão fazendo aqui? 'Vamos para o Quartel do Carmo, onde está Marcello Caetano, o presidente (herdeiro do regime de Salazar)'", lhe responderam.
Era perto das nove da manhã, e o soldado, que já estava algumas horas de guarda, pediu a Celeste um cigarro. "Eu nunca fumei, mas naquele momento lamentei não ter um. Verifiquei se havia algo aberto, mas era cedo demais, estava tudo fechado e não havia ninguém na rua".
"Olhei para os cravos e disse lamentava, mas que só tinha flores. Peguei um cravo, o primeiro foi vermelho, e ele o aceitou. Como sou assim tão pequenina e ele estava em cima do tanque, teve que esticar o braço, agarrou o cravo e o colocou em seu fuzil", descreve pausadamente, soletrando quase as palavras, com os olhos cheios de lágrimas.
Imediatamente, os outros soldados imitaram seu companheiro e pediram a Celeste um desses cravos, vermelhos e brancos, que levava sob o braço, até distribuir todos.
"Nunca esperei que os cravos viessem a derivar em tudo isto, foi um gesto sem segundas intenções", reconhece. Horas mais tarde, várias floristas se esforçavam para que ninguém ficasse sem um, contribuindo para transformá-los em um ícone de liberdade.
Seu ato deu nome a uma Revolução única, que é lembrada pela ausência de derramamento de sangue e cujo legado hoje alguns consideram em risco por causa dos severos ajustes e cortes aplicados no país desde que solicitou ajuda financeira, há agora três anos.
A profusão de conferências, debates e exposições sobre o 40º aniversário do 25 de abril contrasta com a pouca exposição pública desta anciã, cuja história é desconhecida inclusive por muitos de seus compatriotas e que longe de ser homenageada ou reconhecida, sobrevive com uma pensão mínima de apenas 370 euros.
"Eu tenho uma pensão muito pequena e pago muito de imposto, 190 euros por mês. É minha filha que me ajuda", explica.
Militante do Partido Comunista, admite que ainda jovem era "rebelde" e contrária à ditadura. Agora, apesar de seu delicado estado de saúde, é vista em muitas das manifestações convocadas contra as medidas de austeridade, prova de que, 40 anos depois, ainda tem motivos contra os quais protestar. EFE

FONTE:   https://br.noticias.yahoo.com/celeste-caeiro-mulher-cravos-deu-nome-%C3%A0-revolu%C3%A7%C3%A3o-123656546.html

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Hoje, sexta feira santa leia: Acusado pela fé, Jesus foi morto pela arma política

Acusado pela fé, Jesus foi morto pela arma política

Cleidiana Ramos


  • Reprodução | Cedoc A TARDE
    No tempo de Jesus, o dominador era o Império Romano
Morrer em uma cruz na Palestina do século I era um escândalo. A punição humilhante era aplicada nos crimes contra a segurança sócio-política. Foi dessa forma que Jesus, o 'Deus feito homem', morreu. Mas, a acusação principal era de base religiosa.  Essa contradição é só um dos muitos exemplos de como ele pôs de ponta cabeça o mundo em que viveu.   
A região que hoje forma o estado de Israel era uma teocracia, pois tudo girava em torno da  religião. Era habitada por um povo que se considerava escolhido por Iaweh, um deus tão poderoso que não podia ter seu nome pronunciado de forma banal.
O templo consagrado a ele, chamado de "O Santo", "Senhor dos Exércitos, dentre outros títulos, ficava em Jerusalém  e era o centro da vida econômica e política.

"Compreender o  contexto sócio-econômico do tempo de Jesus  é fundamental para entender a sua morte", aponta o padre Manoel Filho, coordenador da Pastoral de Comunicação da Arquidiocese de Salvador (Pascom). 

A vida na sociedade judaica era feita de regras com bases religiosas presentes em detalhes do cotidiano, como o que se devia comer.  Era por meio da obediência à vontade de Deus, expressa na Torá, que a aliança era renovada.  
Mas, volta e meia, o povo se via sob domínio estrangeiro. A explicação era de que sofria punição por desagradar  Iaweh de alguma forma. No tempo de Jesus, o dominador era o Império Romano. 
Conflito
Roma geralmente não  interferia em questões como a profissão religiosa dos povos que dominava. O que importava era pagar impostos e manter obediência ao seu poder.
Assim, mesmo com domínio romano, o templo judaico, seus sacerdotes e as regras que dele saíam era o poder constituído na Palestina. E foi com essa estrutura que a pregação de Jesus trombou em vários momentos.
Suas palavras e ações irritavam  correntes religiosas da época: saduceus, que formavam a elite sacerdotal; os doutores da lei, que eram especialistas em textos sagrados, e os fariseus, que eram nacionalistas e hostis ao Império Romano, mas de uma forma passiva, e se diferenciavam de outros grupos por crenças em questões como a ressurreição e a predestinação.
   
"O episódio da expulsão dos vendedores do templo é importante, por exemplo,  para entender que Jesus não se insurge contra pequenos comerciantes ou contra a venda de objetos religiosos. Quem vendia animais no espaço sagrado fazia parte de um grupo privilegiado, que se beneficiava da série de regras impostas no âmbito religioso" , diz padre Manoel.

Crítica
José e Maria, por exemplo, tiveram que cumprir o rito de apresentar Jesus no templo, após o seu nascimento, e, nessa ocasião, sacrificaram  um casal de rolinhas.
Jesus critica esse tipo de estrutura e o excesso de normatização para questões como o descanso sabático.  Faz isso, por exemplo, quando é criticado porque seus discípulos colheram milho para comer em um sábado.  
Ele não teve medo de impedir o apedrejamento de uma mulher acusada de adultério. Fez mais: mostrou a hipocrisia, pois o homem que estava com ela não é sequer mencionado.  
E isso, no período, em que os profetas e candidatos a messias existiam aos montes. Mas ele ganha a projeção reveladora de que é especial. 
"Quando analisamos detalhadamente os evangelhos, percebemos o quanto a história de Jesus  é profunda. Ele  viveu, por exemplo,  cercado de pessoas que personificam as fragilidades humanas: Pedro e sua capacidade de negar quando foi preciso salvar a própria pele; Judas, que traiu; Tomé, que tinha uma fé dependente da objetividade", enumera padre Manoel.

Carismático e dono de um discurso cortante, Jesus ridicularizava os donos das verdades teológicas com histórias simples ou frases curtas.  Quando quiseram complicá-lo sobre a política em relação a Roma com a pergunta se era pertinente pagar impostos, respondeu: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Não à toa fez tantos inimigos. Para a sua condenação os grupos sacerdotais deixaram as divergências de lado e se uniram para convencer Pilatos, governador romano a crucificá-lo. Seus seguidores fugiram. Ao pé da sua cruz restaram  Maria, a mãe; Maria Madalena, a  discípula,  além de João, que a tradição aponta como  o autor do evangelho mais recheado de técnicas literárias, como a poesia sobre o "Verbo que se fez carne".   
Homem e Deus
Mas, até chegar ao fim, Jesus, mostra que não era possível, como mais tarde reconheceria o Concílio de Nicéia, separar a sua natureza humana da divina.
Ele chorou por medo da morte, como conta Mateus no capítulo 26 do seu evangelho. O temor e a solidão - os discípulos dormiram enquanto ele rezava e sofria - o fez até suar sangue.
Como um deus, resistiu às torturas e a uma morte com técnica cruel, pois pregava-se o corpo do condenado  à estrutura de madeira, para provocar asfixia e tétano.
"Mas, mesmo em meio ao sofrimento, antes da ressurreição, ele já triunfa como  Deus, pois ali está cumprido o seu projeto de salvação para o qual nasceu", afirma padre Manoel.
Com a aparente derrota na cruz, iniciou-se o capítulo da  ressurreição. Ali, passou  da condição de mártir regional para o personagem que influencia de forma significativa o mundo ocidental.

http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/acusado-pela-fe-jesus-foi-morto-pela-arma-politica-1585134

terça-feira, 15 de abril de 2014

Reus apresentarem recurso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e assustam PRG

Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a criação de um grupo de trabalho de representantes de órgãos do Judiciário e do Executivo para atuar no julgamento dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, que recorreram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), sediada em Washington. O grupo deverá atuar para garantir a soberania da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, os advogados de Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, ligados ao Banco Rural, que foram condenados na Ação Penal 470, apresentaram recurso à comissão. No recurso, eles acusam o Brasil de violação ao direito constitucional ao duplo grau de jurisdição.
De acordo com sugestão de Janot, o grupo de trabalho deverá ser formado por representantes da Advocacia-Geral da União (AGU), da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.
15 de Abril de 2014 

http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/136939/Recursos-da-AP-470-%C3%A0-corte-da-OEA-j%C3%A1-assustam-PGR.htm

domingo, 13 de abril de 2014

“Sem Dirceu não haveria PT, nem Lula presidente, muito menos Dilma.

Zé de Abreu dispara contra Lula, PT e Dilma por “omissão” com Dirceu

“Sem Dirceu não haveria PT, nem Lula presidente, muito menos Dilma. Se o PT não se defende, e não faz nada pra defender Dirceu, tô saindo fora”, diz o ator, que é filiado ao partido. Para ele, o amigo foi abandonado pelos companheiros petistas
Reprodução
Ator, que cogitou concorrer a deputado pelo PT este ano, fez desabafo em sua conta no Twitter
O ator José de Abreu ameaça deixar o PT caso a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o comando do partido não “tomem uma atitude enérgica” em defesa do ex-ministro José Dirceu, que cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, após ter sido condenado no processo do mensalão. Amigo de Dirceu desde 1967, quando militavam juntos no movimento estudantil em São Paulo, Zé de Abreu diz que o governo e o partido abandonaram o petista que, segundo ele, foi o grande responsável pela chegada deles ao poder. “Se o PT não assumir uma defesa intransigente do Dirceu mostrará que é um partidinho de merda, como os outros”, escreveu. Em uma série de mensagens publicadas ontem (12) à noite em sua conta no Twitter, Zé de Abreu acusou Lula e Dilma de omissão e cobrou deles o lançamento de uma campanha nacional em defesa do ex-ministro da Casa Civil, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a sete anos e 11 meses de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de corrupção ativa.
“Como confiar num líder que abandona seu companheiro numa prisão injusta? Lula e Dilma têm que se manifestar urgentemente! Temos que fazer uma campanha nacional liderada por Lula e Dilma contra a injustiça a que Dirceu está submetido. Temos que exigir de Lula uma postura condizente com o que Dirceu significou para ele. Começo agora uma campanha solitária. Quem quiser que me siga. Meu compromisso é com o povo brasileiro, não com Lula, Dilma ou PT”, desabafou.
Filiado desde o ano passado ao Partido dos Trabalhadores, o ator chegou a ensaiar uma pré-candidatura a deputado federal, mas desistiu da ideia, após ser dissuadido por familiares e amigos, como o próprio Dirceu, conforme contou em entrevista exclusiva à Revista Congresso em Foco. Nos últimos anos, o artista comprou brigas nas redes sociais ao assumir a defesa de Dirceu e outros petistas, principalmente durante o julgamento do mensalão.
Injustiça e deslealdade
Antônio Pinheiro
Em entrevista à Revista Congresso em Foco, Zé de Abreu contou que participou de "vaquinha" para Lula assim que petista deixou o Planalto
Na sucessão de mensagens publicadas no sábado no Twitter, Zé de Abreu diz que muito pior do que a injustiça do inimigo é a deslealdade do companheiro. Ele questiona por que, passados cinco meses desde sua prisão, Dirceu ainda não ganhou o direito de trabalhar durante o dia, como prevê o regime semiaberto. Para o artista, o PT se cala diante da prisão “política” de um dos principais nomes de sua história. Um silêncio que, segundo ele, não pode ser creditado à proximidade das eleições. O ator lembra que Fernando Haddad venceu a eleição para prefeito de São Paulo no momento em que o STF julgava o processo do mensalão.
“Lula e Dilma devem uma explicação aos companheiros. Por que tanta omissão? Não sou idiota nem inocente útil. Sem Dirceu não haveria PT, nem Lula presidente, muito menos Dilma. Se o PT não se defende, e não faz nada pra defender Dirceu, tô saindo fora. Só entrei no PT por cause dele”, afirmou. “Se não são companheiros de Dirceu não são meus companheiros”, acrescentou o ator, que passa férias em Budapeste, na Hungria, após ter concluído seu último trabalho na TV Globo, a novela Jóia Rara.
À espera
Defensores de Dirceu reclamam da demora de Joaquim e da Vara de Execuções Penais do DF para decidir sobre o pedido do petista para trabalhar na biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi. A resposta só deve sair quando for concluído o inquérito que apura se o ex-ministro utilizou telefone celular dentro do presídio. Outros condenados que foram presos depois dele já usufruem do benefício.
Apontado pela Procuradoria-Geral da República como líder da organização criminosa, Dirceu foi absolvido do crime de formação de quadrilha pelo Supremo na análise de recurso. Além da prisão, ele também foi condenado a pagar multa de R$ 971.128,92. O valor foi arrecadado em campanha na internet. Zé de Abreu foi um dos doadores.
Vaquinha para Lula
Na entrevista concedida no final do ano passado à Revista Congresso em Foco, o ator contou que participou de uma ação entre amigos para ajudar financeiramente o ex-presidente Lula assim que ele deixou o Planalto, em 2011.
“Fizemos vaquinha pra ajudar o Lula quando ele saiu da presidência. Ele não tinha um puto. Não tinha nada. Aí depois começou a ganhar dinheiro com as palestras, os eventos e tal. Aí a gente fala isso e as pessoas fazem mimimi. Mas teve vaquinha. Foi uma ação entre amigos mesmo, para que ele pudesse chegar em casa”, declarou. Na entrevista, Zé teceu críticas aos governos FHC e Dilma e explicou sua preferência por encarnar vilões quando está em cena. Ele disse que achava que o PT deveria deixar de ter candidato próprio em 2018 para apoiar um aliado. “É hora de o PT voltar a ser pedra“, avaliou.
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FONTE : http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/ze-de-abreu-dispara-contra-lula-pt-e-dilma-por-%E2%80%9Comissao%E2%80%9D-com-dirceu/

sábado, 12 de abril de 2014

JOAQUIM BARBOSA NÃO SABE O QUE É FORO PRIVILEGIADO, VOLTA PRA FACUL!!!!

O advogado José Luis Oliveira Lima, patrono de José Dirceu – que cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, condenado que foi na ação penal do mensalão - recorreu nesta segunda-feira (7/4) ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar que seja decretada a quebra do sigilo telefônico do ex-chefe da Casa Civil, conforme intenção do representante do Ministério Público que atua na Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal.
No âmbito de uma ação cautelar (AC 3599), o MP quer que a Justiça – no caso o STF - decrete quebra de sigilo telefônico para identificar as ligações para o Estado da Bahia geradas “provavelmente das coordenadas geográficas” onde está localizada a penitenciária da Papuda, em Brasília, no intervalo de 16 dias. O juiz da VEP-DF, Bruno Rodrigues, foi quem determinou o envio da ação cautelar ao STF, e não à primeira instância, como defende o advogado de Dirceu.
A questão deve ser decidida pelo ministro Joaquim Barbosa, que também é o relator da ação cautelar, nos próximos dias.
A petição
Na sua petição, o advogado Oliveira Lima afirma que José Dirceu – que cumpre pena em regime semiaberto, mas ainda não conseguiu permissão para trabalho num escritório de advocacia - “jamais teve, depois de preso, contato ou acesso a telefone celular, reiterando que não cometeu qualquer ilícito no cumprimento de sua pena”.
O advogado diz que o apenado “não teme nenhuma espécie de investigação”, mas que “não pode deixar de apontar o patente equívoco do Excelentíssimo Magistrado da VEP que, com um mês de atraso, e depois de se declarar impedido, enviou, equivocadamente, a presente medida cautelar ao STF, mesmo diante da manifesta ausência de foro privilegiado do sentenciado”.
Veja a petição:
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NOTA DA BLOQUEIRA: Qual a aula de direito que Joaquim Barbosa faltou para que ele não entenda o que é foro privilegiado. Ana Paula Perciano
Fonte: Jornal do Brasil, Luiz Orlando Carneiro -

terça-feira, 8 de abril de 2014

Não deixem o Lula abrir a boca !

Lula abre o verbo e chama esquerda para a luta política

8 de abril de 2014 | 17:05 Autor: Fernando Brito
blogueiros
Estou em falta com os amigos leitores porque problemas de conexão me impediram de colocar, ao vivo, a entrevista do ex-presidente Lula ao blogueiros, da qual participei, em São Paulo.
E, aqui, estou meio sem condições de escrever.
Lula falou durante três horas e, assim que puder, destaco os pontos mais significativos, na minha opinião, do que disse.
E creio que nada foi mais importante que o chamamento que fez para o enfrentamento à direita, mostrando à população o que era o Brasil antes de seu governo, continuado por Dilma Rousseff.
Aquilo que ele definiu como “perder o complexo de vira-latas”.
Sempre com muita diplomacia e discrição, Lula deu a entender que espera um aguerrimento maior do PT e do Governo.
Por enquanto, reproduzo o texto publicado por Paulo Henrique Amorim, que não pôde estar presente mas acompanhou toda a entrevista.

Eles não podem deixar o Lula falar

A entrevista desta terça-feira do Presidente Lula aos blogueiros sujos é a prova provada de que o PiG (*) não pode deixar o homem falar.
Foi a mais importante entrevista que Lula deu, como ex-presidente.
Defendeu a Ley de Medios e lembrou que cabe ao PT assumir a liderança dessa luta.
Condenou o julgamento do mensalão e reconheceu que Dirceu foi vitima dele.
Que não se arrepende de ter indicado Barbosa – era o melhor currículo de um negro.
Foram três horas e meia de entrevista.
Uma entrevista histórica, que pode ser assistida por todo brasileiro.
Nenhum político brasileiro se comunica melhor com o povo.
Nenhum político brasileiro domina melhor a técnica de enxertar números em argumentos – de forma convincente.
Ele é um mestre na arte de “pôr um rosto atrás de cada número”.
“Se você explica uma vez e o cara não entende, o cara é burro. Se você  explica duas vezes e o cara não entende, o cara é burro. Se você explica três vezes e o cara não entende, o burro é você”, disse ele.
Numa pergunta do Fernando Brito, do imperdível Tijolaço Lula deu uma Aula Magna à Dilma e à Graça – sem citá-las – sobre como defender a Petrobras.
E deu um tiro no peito dos tucanos, Urubólogos, economistas de bancos e todos aqueles  “socialistas” do Dudu que querem a CPI da Petrobras: o que eles não engolem é o regime de partilha.
Eles queriam entregar !
Sobre Pasadena, a melhor resposta foi a que Gabrielli deu ao Conversa Afiada.
Mas, elas tem que ir a toda inauguração de plataforma, de poço, de centro de pesquisas – de qualquer conquista, novidade, para reforçar a importância da Petrobras.
Como disse o Fernando Brito: botar a Petrobras debaixo do braço.
E – atenção !!!, Palácio do Planalto – não agir precipitadamente.
Como disse o Lula: um dia o presidente da Petrobras vai escolher o Presidente do Brasil.
(Se o Fernando Henrique botou lá o Reichstul  e o Francisco Gros por isso, deu com os burros n’água…)
Sobre o Dudu Campriles, o Lula só faltou dizer que “apressadinho come cru”.
Lula contou em detalhes como venceu a crise do gás com o Evo Morales e disse: um metalúrgico do ABC jamais brigaria com um índio.
A resposta do Mandela ao Clinton, que pediu a ele para não ir a uma reunião com o Lula,  Arafat e o Kadafi, em Trípoli: eu sei quem me ajudou quando eu estava na cadeia !
No que deu o Iraque ?
A Líbia, depois da intervenção americana ?
Quem sabia que o Lula pensava assim ?
Que o Lula, logo depois de eleito, aguentou uma arenga do George Bush sobre o Iraque, Saddam Hussein e Bin laden.
Quando chegou a vez de o Lula falar, ele disse: olha, Bush, o Brasil está a 5 mil km do Iraque.
O Bin Laden nunca me fez mal.
O que faz mal aos brasileiros é a fome.
Com quem mais o Lula pode falar, assim, além dos blogueiros ?
Quem manda o PT ser o único partido trabalhista que não enfrentou a Globo ?
Já imaginaram uma rede de televisão – aberta ou fechada – que fizesse um programa semanal, no horário nobre ou no pós-nobre, com o título “Palavra do Nunca Dantes ”?
E deixava o jornal nacional, cuja audiência afunda como a P-36, botar no ar o Fernando Henrique toda noite.
Ou o Cerra para falar do Cambio.
Nos bons tempos do Dr Roberto, era proibido deixar o som da voz do Lula “subir” num telejornal (sic) da Globo.
O brasileiro só descobriu que ele falava Português e, não, Javanês, no horário eleitoral.
Agora, e pior ainda.
Nem voz nem cara.
É preciso calar o homem.
Só ele diz na cara do Otavinho que o New York Times publicou o que ele, Otavinho, mais queria: dizer que o Lula era um bêbado.
E o Otavinho pôde dar a manchete na Folha, com a mentira do New Times.
E o cara do New York Times nunca pagou uma cerveja ao Lula, ele reclamou …
Só o Lula tem a coragem de dizer que o mal do Príncipe da Privataria é o complexo de vira-latas. 
O Ministro da Educação do Fernando Henrique – que Deus o tenha, Paulo Renato – proibiu o Brasil de fazer escola técnica.
O Lula fez 214 novas escolas federais.
O Lula fez 14 universidades e o Príncipe dos Sociólogos, NENHUMA !!!
Como disse o Lula na abertura da entrevista, sem citá-lo: o Fernando Henrique prefere não fazer os sucessores para poder falar mal dos governantes (trabalhistas).
Porque, como se sabe, o Fernando Henrique quer que o Cerra, o Alckmin e o Aécio se explodam – assim como o Brasil.
O Fernando Henrique – que não existe, pois passou a ser um espécime da zoologia fantástica do Borges e só sobrevive no PiG (*) – só está interessado nele.
E quando vê o Lula falar, com essa credibilidade, esse magnetismo, se morde de ódio.
De inveja !
Não podem deixar o Lula abrir a boca !

A entrevista de Lula aos blogueiros.Assista http://goo.gl/Nrd7Q0 via @Tijolaco

FONTE:  http://tijolaco.com.br/blog/?p=16481 

O link acima não abriu para entrevista> encontrei esse aqui:
Coletiva do ex-presidente Lula a blogueiros by Instituto Lula on SoundCloud - Hear the world’s sounds

 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

1964 - DINA – DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA, Guerrilheira no Araguaia Presente!



A HISTÓRIA DE DINA – DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA, UMA GUERR(ILH)EIRA DO ARAGUAIA.
6 de agosto de 2013 · por mvjtocantins · em Uncategorized · 4 Comentários
Dinalva nasceu no sertão baiano, município de Castro Alves, em 16 de maio de 1945, filha de Viriato Augusto de Oliveira e Elza Conceição Bastos.

De origem humilde, com muito esforço conseguiu entrar na Universidade Federal da Bahia, onde se formou em geologia no ano de 1968, sempre participando ativamente do movimento estudantil, quando foi presa pela primeira vez. Nesta época conheceu Antônio Carlos Monteiro Teixeira (também desaparecido), colega de turma com quem se casou em 1969. No mesmo ano mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde faziam trabalhos sociais nas favelas.

Dina, com aproximadamente 15 anos. Foto gentilmente enviada por seu sobrinho, Delson Matos.
Em maio de 1970 ambos foram para a região do Araguaia, junto a outros integrantes do PC do B, visando organizar uma guerrilha rural na região e iniciar uma luta armada contra o governo militar. A Guerrilha do Araguaia, conflito entre o exército e os militantes que estavam na região, foi um dos episódios mais sangrentos da história brasileira, negado durante muitos anos pelo governo e teve boa parte de seus documentos destruídos ou nunca divulgados. Devido a isso, há ainda uma grande carência de publicações e relatos sobre os verdadeiros fatos da guerrilha.

As guerrilheiras e guerrilheiros que foram à região conviviam tranquilamente com a população local, desenvolvendo ocasionalmente trabalhos sociais e políticos, no intuito de integrar camponeses ao grupo. Nas vilas em que passou a viver na região do Araguaia, Dina teve maior destaque entre a população camponesa atuando como professora e parteira, sendo lembrada até hoje por relatos de pessoas que viveram na época da guerrilha. Muitas vezes, Dina se deslocava sozinha de barco, pelo rio Araguaia, para fazer partos nas madrugadas.

Dina e Antônio, no Araguaia.
No entanto, após o início dos conflitos, sua maior fama veio da capacidade militar. Tinha grande preparo físico, facilidade em se locomover na floresta, personalidade forte de liderança e principalmente, muita habilidade com o manejo de armas. Exímia atiradora e com espírito combativo, foi a única mulher dentre as guerrilheiras a ser subcomandante de um destacamento da guerrilha – o destacamento “C” , o mesmo do também lendário guerrilheiro Oswaldão.

Seu nome era conhecido e temido entre os recrutas convocados pelo exército para participar das operações de combate no Araguaia. Há relatos de enfrentamento a tropas militares onde feriu e matou soldados e oficiais, sempre conseguindo escapar dos cercos do exército. Devido a isso, entre os militares, havia a lenda de que Dina nunca era pega, pois conseguia se transformar em borboleta e fugir a tempo.
Após sobreviver ao ataque à comissão militar da guerrilha no natal de 1973, que matou cinco guerrilheiros incluindo o comandante geral Maurício Grabois, Dina embrenhou-se na selva com outros companheiros e desapareceu. A partir dessa data, apenas relatos indicam o que pode ter acontecido, embora todos indiquem que foi presa ainda com vida. Teria sido presa aos 29 anos, entre janeiro e junho de 1974, fraca, doente e desnutrida, como os todos os outros guerrilheiros que sobreviveram até o fim da guerrilha. Estaria vagando na mata perto da localidade de ‘Pau Preto’, juntamente com a companheira de guerrilha ‘Tuca’, a enfermeira Luiza Augusta Garlippe.
Levada à base militar em Xambioá - TO, foi torturada durante o período em que permaneceu presa (ainda não esclarecido) resistindo sem prestar qualquer informação aos militares do serviço de inteligência do exército.
Um relatório do Ministério da Marinha indica que foi morta em julho de 1974. Segundo relatos, foi levada de helicóptero, para uma mata próxima à base, e executada a tiros. Pediu para morrer de frente e foi atendida, conforme narra um militar de identidade ainda não revelada que esteve presente em sua execução. Dada como desaparecida política, seu corpo nunca foi encontrado. Oficialmente, é considerada desaparecida política desde 25/12/73.
“Vou morrer agora?”, perguntou a guerrilheira. “Vai”, respondeu o militar. “Então eu quero morrer de frente”, pediu.
O militar se aproximou e lhe deu um tiro na cabeça. Foi enterrada ali mesmo. Seu corpo jamais foi encontrado.
DINA GUERRILHEIRA
No Tocantins, desde 2009 existe um grupo de estudos e práticas feministas que, buscando resgatar a história da guerrilha no Tocantins e desta guerrilheira de origem sertaneja, denominou-se “Grupo Feminista Dina Guerrilheira”. O grupo faz parte do Centro de Direitos Humanos de Palmas e em 2012 elaborou uma exposição intitulada “Quem foi Dina Guerrilheira?”, dentro da Semana de Combate à Violência contra a Mulher.

FONTE : Companheiro Jacques Chaban
https://www.facebook.com/jacques.chaban.9/posts/734357459920315?comment_id=7109950&offset=0&total_comments=4&notif_t=share_reply