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sexta-feira, 14 de março de 2014

Gushiken :Decisão aumenta valor da multa e classifica reportagem como “falácia de doer a retina”.

Decisão de segunda instância aumenta valor da multa e classifica reportagem veiculada em 2006 como “falácia de doer a retina”.

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Decisão de segunda instância aumenta valor da multa
e classifica reportagem veiculada em 2006 como
“falácia de doer a retina” (EBC)

Sentença publicada nesta semana por tribunal de segunda instância de São Paulo, a propósito de ação movida pelo ex-ministro do Governo Lula e fundador do PT, Luiz Gushiken, confirma condenação da Revista Veja, controlada pela Editora Abril, por abuso da liberdade de imprensa e aumenta o valor da indenização de R$ 10 mil para R$ 100 mil.
A decisão, assinada pelo desembargador Antonio Vilenilson, classifica literalmente como falácia de doer na retina o conteúdo divulgado pela publicação em maio de 2006. Gushiken faleceu em 13 de setembro passado, seis meses antes da decisão.
O texto, que Veja ofereceu aos seus leitores como sendo uma reportagem, inferia, sem nenhuma prova, que o fundador do PT mantinha movimentação bancária secreta no exterior – e estende essa mesma acusação para os ministros Marcio Thomaz Bastos, Antonio Palocci e José Dirceu, além do próprio Lula.
No entendimento do Judiciário, ratificado nesta semana, a revista cometeu erro. “A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina", consta no texto da sentença.
Fundador do PT, bancário de profissão, Luiz Gushiken foi ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República na primeira gestão Lula. E teve seu nome incluído entre os denunciados na Ação Penal 470. Depois, por absoluta falta de provas, seu nome foi retirado do processo.
No caso das contas secretas, como irresponsavelmente informou a revista e agora confirma o tribunal de segunda instância, também essa afirmação é inconsistente. O desembargador Antonio Vilenilson, em voto seguido pelos demais desembargadores da Nona Câmara de Direito Privado do TJ-SP, conforme apelação cível número 9176355-91.2009.8.26.0000, manifestou o seguinte:
“A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina.”
Quanto aos valores, o TJ-SP sentenciou:
“A ré abusou da liberdade de imprensa e ofendeu a honra do autor. Deve, por isso, indenizá-lo. No que diz com valores, R$ 10.000,00 não condizem com a inescusável imprudência e com o poderio econômico da revista. R$ 100.000,00 (cem mil reais) atendem melhor às circunstâncias concretas.”
A Justiça paulista demorou oito anos para julgar o recurso apresentado por Luiz Gushiken para questionar a sentença de primeira instância. O bancário, formado em filosofia, convivia com problemas de saúde desde 2002, quando foi coordenador adjunto da campanha à presidência do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Além de problemas cardíacos, Gushikem enfrentava um câncer que lhe custou boa parte do estômago.
Entre os amigos, o ex-ministro e fundador do PT tinha fama de refinado pensador e foi responsável, quando ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, por campanha que buscou – com sucesso – o resgate da autoestima do povo brasileiro. Em outubro de 2012, após 7 anos e 2 meses de incansável acusação pública, foi absolvido por unanimidade pelo STF de todas as acusações constantes na Ação Penal 470.
 
Leia mais:
Veja é condenada a indenizar Gushiken por danos morais 

http://ptnosenado.org.br/textos/122-curtas/29187-sentenca-ratifica-condenacao-de-veja-em-favor-de-gushiken

Vitória fácil nos embargos infringentes mostra fraquezas estruturais da AP470

Paulo Moreira Leite Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

A LICÃO DOS EMBARGOS

Vitória fácil nos embargos infringentes mostra fraquezas estruturais da AP470






O resultado dos embargos infringentes confirma aquilo que era possível saber há muito tempo. Se os réus da AP 470 tivessem tido direito a um julgamento de acordo com os fundamentos do Direito, quando todos  têm acesso a pelo menos um segundo grau de jurisdição, o resultado teria sido outro.
Iludidos por uma cobertura tendenciosa dos meios de comunicação, que fizeram um trabalho  faccioso, como assinalou mestre Jânio de Freitas há dois anos, muitas pessoas podem estar até inconformadas com o resultado. Vão reclamar pelos bares, balançar a cabeça em tom de reprovação. Errado.
Tradicional direito dos regimes democráticos, um segundo julgamento oferece, a quem foi condenado, a chance de ser examinado por outro tribunal. Outros juízes, outros olhares. Outras provas e outras testemunhas. Quem reclama do voto de dois juízes novos deve ter em mente que, num novo julgamento, haveria onze juízes novos.
Deu para entender? Eu acho que o resultado final corrigiu algumas injustiças, poucas.
Só foi possível debater as condenações que haviam obtido quatro votos em contrário, isto é, que eram tão obviamente fracas que na primeira fase foram rejeitadas por 40% de um plenário que muitas vezes tinha apenas 10 juízes. Se o STF tivesse desmembrado o julgamento, o que fez no mensalão PSDB-MG, o saldo teria sido outro, obviamente. Todos teriam direito a um segundo exame. As chances de demonstrar sua inocência -- direito de todo réu -- seriam maiores. 
 Foi por isso que Joaquim Barbosa fez o possível para impedir os embargos.
O tom, nos debates sobre infringentes, era de ameaça e alerta.
Olha só: Joaquim não só tentou impedir o debate sobre embargos. Antes, conseguiu impedir que os próprios juízes debatessem o inquérito 2474, que tem  indícios e testemunhos que oferecem uma visão mais equilibrada e mais completa do caso, o que teria sido de grande utilidade para um debate com mais fundamento   sobre as provas.
Guardo na memória, conservada no Youtube, uma intervenção indignada de Celso de Mello exigindo que  o plenário tivesse acesso ao inquérito sigiloso. Quem for a internet verá Joaquim, mãos nervosas, voz fraca, frases saindo com dificuldade, dizendo que não era conveniente, não havia grandes novidades e, importantíssimo!, gravíssimo!, iria atrasar a decisão, que não poderia ocorrer no ano 2012 -- aquele, nós sabemos, em que haveria eleições municipais. 
As provas usadas no “maior julgamento da história” eram frágeis demais para penas tão fortes. Escrevi isso aqui em 2012, depois de assistir ao julgamento pela TV. Ninguém tinha noção, então, das falhas e incoerências muito maiores, que temos hoje. A maioria dos analistas não queria se comprometer. Não debatia o mérito das acusações. Queria discutir o ritual, o processo.  
Sabemos, agora, que não houve desvio de recursos públicos – e que isso não foi uma descoberta recente, mas estava lá, nos autos da AP 470, em auditorias, documentos e testemunhos de dezembro de 2005. Imagine você: seis meses depois da entrevista de Roberto Jefferson era possível saber que havia muito erro naquilo que dizia a denúncia.
 Também sabemos de outra falha essencial. Acreditando, ou não, que eram recursos públicos, também foi possível ter certeza de que as contas batiam e que era difícil demonstrar – tecnicamente – que houve desvio.
Analisando um período de cinco anos de campanhas da DNA, que incluíram dois anos de governo FHC, três de governo Lula, a Visanet, proprietária assumida do dinheiro, como explicou nas inúmeras vezes em que foi solicitada a se manifestar, notou uma falha de R$ 6 milhões num total de R$ 151 milhões – uma diferença que depois seria explicada pela agência. Mesmo assim, estamos falando de R$ 6 milhões. Se for um desvio, equivale a 4% do dinheiro. Lembra do julgamento?
Diziam que o desvio fora de R$ 73,4 milhões, uma conta de chegar, mal feita e improvisada. Descobriram que essa fora a verba para a DNA em quatro anos e concluíram: 100% tudo foi roubado. Não provaram, não fizeram contas, não demonstraram. Numa visão desinformada, amadora, da situaçã, imaginaram que as pessoas abriam o cofre e pegavam o que tinha dentro. Não dá para acreditar mas foi isso o que correu.
Ganharam no grito, que os meios de comunicação não se deram ao trabalho de conferir. 
Perderam -- um pouco -- agora.
É por isso que a perspectiva, agora, é de obter uma revisão criminal do julgamento. Ou seja: um segundo julgamento. É uma via estreita e difícil, como disse com muita razão o ministro Marco Aurélio de Mello. 
Podemos ter novas cenas de teatrinho indignado, proclamações moralistas e assim por diante. O mais importante, que é o debate sobre o mérito, o conteúdo da denúncia, já começou.  E basta abrir os olhos para entender para onde vai nos levar.

Fonte: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE

AP470-Ineditismo do caso leva Supremo a criar jurisprudências


Corte se viu obrigada a tomar decisões pioneiras, que vão afetar o Judiciário como um todo, como o uso da teoria do domínio do fato



O julgamento do mensalão colocou diante dos ministros do Supremo Tribunal Federal questões jamais enfrentadas pela Corte e exigiu dos magistrados decisões até então inéditas.
 

Ministros trouxeram novos - Dida Sampaio/Estadão
Dida Sampaio/Estadão
Ministros trouxeram novos
Como observa o professor da Direito GV Rubens Glezer, as decisões tomadas nesse processo vão alterar o ordenamento jurídico atual, ao servir de jurisprudência para instâncias inferiores. Leia abaixo as principais questões tratadas pelo STF.
A quantidade de réus e o não desmembramento do caso
É princípio constitucional que detentores de mandatos eletivos sejam julgados pelas instâncias superiores, como proteção contra a influência política de decisões em instâncias inferiores. Mas no julgamento da ação penal 470, o relator, ministro Joaquim Barbosa, decidiu não desmembrar o processo, apesar de existirem réus sem direito ao foro privilegiado. A decisão, que visava dar unidade e celeridade ao julgamento, transformou o processo no maior já enfrentado pela Corte. O STF nunca havia se deparado com um caso envolvendo inicialmente 40 réus – desses, 37 foram de fato julgados.
O direito ao duplo grau de jurisdição e a aceitação de embargos infringentes
A velocidade com que se chegou à decisão final do julgamento abriu uma discussão, no Congresso, sobre o foro privilegiado. "Ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal já foi um privilégio. Depois do julgamento do mensalão, já não é bem assim", definiu o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) em setembro de 2013. Nessa época, o STF se deparou com uma questão inédita: aceitar ou não embargos infringentes para réus que, em ações originárias (que correram apenas na Corte), tiveram condenações "frágeis", ou seja, com ao menos 4 dos 11 votos pela absolvição. Na análise do tema, em que venceu a tese pela aceitação, os ministros foram provocados pelos advogados de defesa a analisar a questão do duplo grau de jurisdição. Um réu julgado apenas pelo Supremo não tem direito, garantido a todos dos cidadãos, de ser julgado mais de uma vez?
A teoria do domínio do fato
O uso da teoria do domínio do fato, criada pelo jurista alemão Claus Roxin, foi o ponto central e determinante para a condenação do ex-ministro José Dirceu. Apontado como "chefe da quadrilha" pelo Ministério Público Federal, o petista tinha a seu favor a ausência nos autos de provas documentais que comprovassem que havia cometido os crimes contra ele imputados. Os ministros interpretaram que, ainda que não tivesse agido diretamente na cooptação e pagamento irregular de parlamentares, o ex-ministro tinha conhecimento do esquema e, assim, foi considerado culpado por corrupção ativa.
A condenação de dirigentes partidários e do governo e a perda de mandato de deputados condenados
Antes do mensalão, o Brasil jamais tinha visto um julgamento em que figurassem entre os condenados um ex-ministro da Casa Civil, nove ex-deputados, dois ex-presidentes de partido, uma ex-presidente e membros da diretoria de um banco, um ex-diretor do Banco do Brasil e empresários. Além disso, ao condenar quatro deputados, o Supremo decidiu pela perda imediata do mandato, o que provocou reações na Câmara. A polêmica é tanta que, em setembro de 2013, ao condenar o senador Ivo Cassol (PP-RO), o STF entendeu que a decisão final para cassar o mandato cabia ao Congresso.
Valmar Hupsel Filho - O Estado de S. Paulo

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ineditismo-do-caso-leva-supremo-a-criar-jurisprudencias,1140554,0.htm 

Gushiken foi vítima da degeneração moral da Revista Veja


Era conhecido como Samurai
Era conhecido como Samurai
A Veja não desceu, subitamente, ao abismo jornalístico a que chegou.
Foi um processo, foi uma caminhada em que houve marcos.
Isso me ocorre ao ler, agora, que a Justiça enfim condenou a revista a pagar uma indenização à família de Gushiken.
É uma cifra irrisória perto do tamanho da infâmia, 100 000 reais, mas é melhor isso que os 10 000 reais anteriormente determinados pela Justiça.
Gushiken foi vítima de um dos marcos da transformação da Veja num panfleto canalha: uma reportagem que falava de alegadas contas no exterior de líderes petistas.
Entre os caluniados, estava Gushiken. No texto, a revista admitia que publicara acusações de tamanha gravidade mesmo sem ter conseguido comprová-las.
Mais que uma frase, é uma confissão de má fé assassina.
Que publicação digna mata a reputação de alguém sem comprovar a veracidade de dossiês que vão dar na redação por mãos altamente suspeitas?
No caso, por trás das acusações da revista – sabe-se agora – estava uma das personagens menos confiáveis do Brasil contemporâneo, Daniel Dantas.
Fora transposta uma barreira ali, na marcha da Veja rumo ao horror jornalístico.
Mais ou menos naqueles dias, outro marco no declínio moral da revista fora estabelecido quando foi feita uma enorme resenha para louvar um romance do então redator-chefe Mario Sabino.
Publicações decentes, em casos assim, dão, quando muito, uma nota seca para registrar o lançamento de um livro de um funcionário.
Quanto mais graduado este funcionário, menor o espaço, esta é a lógica, para evitar a desmoralização da publicação perante o público e perante seus próprios jornalistas.
Mas o romance de Sabino – um notório bajulador de patrões segundo o qual o granjeiro Frias foi um gênio do jornalismo — apareceu como algo digno de Proust, ou coisa parecida.
Também ali um marco foi vencido. Uma revista que faz aquele tipo de coisa faz tudo. À luz disso você entende como colunistas como Mainardi e Reinaldo Azevedo foram ganhando espaço numa revista em cuja época de ouro — os anos 1980 — eles seriam vistos como uma abominação.
Minha interpretação para o processo de degeneração ética da Veja junta um patrão que não aceitava a decadência da revista com o advento da internet e editores fracos que não souberam mostrar a ele os limites da abjeção.
Roberto Civita jamais de livrou dos efeitos da queda de Collor. Mesmo com técnicas jornalísticas altamente discutíveis – tanto que Collor foi absolvido de todas as acusações pelo STF – o impeachment deu uma aura de poder superior à Veja e a Civita.
Os anos passaram, e a magia ficou para trás. Caso Lula fosse derrubado pela Veja, o prestígio perdido seria recuperado. Provavelmente foi isso que levou Roberto Civita a fazer da Veja o que ela é hoje.
Para tanto, ele contou com editores fracos, sobretudo Eurípides Alcântara. Um bom editor teria mostrado a Roberto Civita que a imagem da revista seria destruída com aquele tipo de jornalismo.
“Estou protegendo você de você mesmo”, em algum momento o editor diria. Mas quem conhece Eurípides sabe que um comportamento altivo diante do patrão está acima de suas possibilidades.
Fomos colegas de redação na Veja no começo da década de 1980. Uma jornalista que era chefiada por ele me contou um pequeno episódio que não é grande senão por revelar a personalidade de Eurípides.
Elio Gaspari, diretor adjunto, chamara a repórter e Eurípides para reclamar de um texto que chegara às mãos dele.
Elio falou de uma coisa que Eurípides tinha feito. Imediatamente, como me contou na época a jornalista, ele pisou no pé dela para que ela ficasse calada e não dissesse que o erro era de Eurípides.
Gushiken acabou sendo vítima do afrouxamento moral da revista. Mais importante que a cifra em si é uma frase usada na sentença: “falácia de doer na retina”.
Não foi o único triunfo póstumo de Gushiken. Também o editor da seção Radar, Lauro Jardim, foi condenado a 10 000 reais de indenização por uma nota na qual afirmava que Gushiken pagara com dinheiro público uma conta de cerca de 3 000 reais num restaurante.
Lauro é um caso clássico do que a Veja faz com as pessoas que trabalham lá. Contratei-o, em meados dos anos 1990, para ser editor da Exame no Rio de Janeiro.
Nunca imaginei que Lauro acabaria fazendo parte de um jornalismo tão sujo quanto este da Veja. Era um bom rapaz, e foi absolutamente corrompido por um ambiente tóxico e amoral.
Carregará para sempre o anátema de ser um dos principais homens desta Veja que está aí.
Quanto a Gushiken, não viveu para ver as reparações judiciais.
A imagem com que passará para a história é a de um homem íntegro que lutou por um Brasil melhor, e foi por isso perseguido.
Quanto à Veja, a posteridade conferirá a ela o título de publicação mais canalha da história da mídia brasileira.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
FONTE: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/gushiken-foi-vitima-da-degeneracao-moral-da-veja/

O protesto anticopa flopou

Vou ter que fazer o papel do chato: o protesto anticopa flopou

Quando tem mais polícia do que manifestante em um protesto, há duas conclusões: havia polícia demais e manifestantes de menos. Atos de junho eram centenas de vezes maiores
por Lino Bocchini —  

Wesley Passos
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Manifestantes e jornalistas na avenida Paulista na noite desta quinta-feira em São Paulo
O protesto de ontem em São Paulo contra a Copa do Mundo foi uma má notícia tanto para quem torce contra o mundial por motivos eleitorais quanto para os movimentos que, de forma legítima, aproveitam a competição para dar mais visibilidade às suas justas bandeiras. Todos os veículos de comunicação, sejam “de esquerda” ou “de direita”, foram unânimes: no protesto desta quinta-feira à noite em São Paulo havia mais policiais do que manifestantes. Após a passagem pelo Masp, aliás, tinha até mais imprensa do que gente protestando. E, se teve mais polícia do que manifestantes, duas conclusões se impõem: 1) tinha policial demais e 2) tinha manifestante de menos.
E foi a segunda vez que isso aconteceu. Mais uma vez o ato anticopa tratado como “oficial” por agentes públicos e militantes --virtuais ou não—tem mais polícia do que manifestante.
Estive no ato de ontem e também em praticamente todos os de junho em São Paulo. Fui no primeiro, quando ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Estive na noite do prendo-e-arrebento geral da PM, quando ajudei a libertar um repórter de CartaCapital, um dos tantos presos ou feridos injustamente naquela noite. Estava lá quando a “direita” ameaçou se apropriar dos atos e o gigante acordou verde e amarelo. O momento é outro e as bandeiras não são exatamente as mesmas, mas há similaridades. E dizer que qualquer protesto daqueles de junho era dezenas de vezes maior do que o de ontem é bondade. Eram 100 ou 200 vezes maiores. No Rio de Janeiro falou-se mais de uma vez em um milhão de pessoas na rua. A própria PM paulista chegou a falar em 100 mil pessoas.
Ontem, considerando-se a percepção geral de que tinham mais PMs do que gente protestando, eram no máximo 1.700 insatisfeitos na rua.
Em Paris, os protestos são quase semanais na “Paulista deles”, a Champs-Élysées. E há um modus operandi simples e tranquilo a cada um deles: a polícia acompanha numa boa, a engenharia de tráfego desvia o trânsito e quem tem que passar por ali ou trabalha na região se reorganiza. Raramente alguém é preso ou ferido, e todas as reivindicações sociais são feitas e noticiadas pela imprensa.
Ontem poderia ter sido assim em São Paulo. Além da CET, duas ou três viaturas acompanhando à distância teriam dado conta do recado.
São justas as bandeiras dos movimentos sociais que lá estavam. Por outro lado, considero injusta a ação de setores que, sem ligação alguma com os movimentos sociais que protestam, jogam contra o país e torcem por problemas na Copa, apenas em nome de derrotar um governo ao qual se opõem.
O coro dos que não querem o mundial é muito –mas bota muito nisso—maior no Facebook ou nos jornais do que na rua. Pode ser que mude? Pode, claro. Há quem acredite que ainda há atores que não entraram em campo e que poderiam, engrossar as manifestações daqui em diante. Por enquanto, contudo, o barulho feito em torno dos protestos anticopa, seja na mídia, seja nas redes sociais, é muitíssimo maior do que seu tamanho real.

FONTE: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/vou-ter-que-fazer-o-papel-do-chato-o-protesto-anticopa-flopou-182.html

quinta-feira, 13 de março de 2014

A ausência de Joaquim Barbosa foi um gesto inconcebível!

Barbosa faz birra, falta a julgamento e explica: estava trabalhando e vendo pela TV

13 de março de 2014 | Autor: Fernando Brito
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A ausência de Joaquim Barbosa no julgamento dos embargos apresentados pelo ex-deputado João Paulo Cunha já foi um gesto inconcebível, uma falta imperdoável para o presidente do STF e que, com todas as dores nas costas e caretas correspondentes, não faltou a nenhuma sessão de julgamento do chamado mensalão.
Foi, e todo mundo sabe, uma atitude de “birra” por sua posição ter sido minoritária no julgamento anterior, como se perder no voto fosse razão para algum Ministro deixar de comparecer e fazer seu trabalho de julgar.
Mas mais desaforada foi a explicação que mandou distribuir pela Assessoria de Imprensa do Supremo.
Mandou dizer que não foi porque “estava trabalhando” , mas que assistiu “pela TV Justiça”.
Além de acintoso, debochado.
Agora vamos ver como se comporta na marcação da data para julgamento do mensalão tucano, que o ministro Luís Roberto Barroso diz que só depende da vontade de Barbosa colocar na pauta.
Isso, claro, se Sua Excelência não estiver ocupado demais, “trabalhando” e vendo a TV Justiça.

Francisco mudou ambiente sombrio da Igreja, diz Leonardo Boff

Papa Francisco mudando o mundo alinhado aos pobres.


Alinhado com os pobres
Publicado originalmente no DW Brasil.
Em 13 de março de 2013, Francisco foi eleito papa. E em apenas um ano à frente do Vaticano, colocou em discussão uma série de assuntos antes deixados de lado pela Igreja, dando início a um processo de transformação da instituição e do papel do pontífice.
Em entrevista à DW, Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação e um dos principais críticos do conservadorismo católico, diz que Francisco tornou a Igreja mais viva ao fazer uma reforma do papado.
“Francisco não vestiu o figurino clássico do ‘papa monarca’ com o primado jurídico absoluto e com a supremacia doutrinal e pastoral”, afirma Boff, que em 1992 deixou todos os cargos na Igreja, após ser censurado pelo Vaticano. “Ele mudou o clima. Antes o ambiente era severo e sombrio.”
DW: O que mudou na Igreja Católica no Brasil um ano depois que o papa Francisco foi eleito?
Leonardo Boff: Ele mudou o clima, o que não é pouco. Há alívio porque a Igreja como instituição era vista como um pesadelo. Há alegria, pois antes o ambiente era severo e sombrio. O que se percebe é que muitos padres e bispos se tornaram mais acessíveis ao povo, mais tolerantes, menos doutrinários. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, ao ir a Roma para receber o chapéu cardinalício, viajou de classe econômica para seguir o exemplo do cardeal Bergoglio, que sempre viajava assim. Mas talvez seja cedo demais para ter uma impressão mais precisa das modificações nos hábitos dos padres e dos cristãos.
Com o papa, a Teologia da Libertação pode ressurgir das cinzas?
Ela nunca esteve nas cinzas porque a opressão continua e os cristãos conscientes se orientavam pela Teologia da Libertação para dar sentido às suas práticas. Os teólogos continuaram a publicar, apesar da vigilância severa do cardeal Ratzinger, que se fez inimigo da inteligência dos pobres.

Esse é o peso que ele carregará pela história. Roma tentou por todas as formas liquidar com este tipo de teologia, mas saiu frustrada, pois o teor evangélico da Teologia da Libertação depunha contra Roma, que se mostrava indiferente face ao drama dos pobres. Fala dos pobres, mas nunca quer encontrá-los fisicamente.
Qual foi o papel da Teologia depois que Francisco assumiu o Vaticano?
Com o novo papa ela ganhou centralidade, pois ele colocou a questão da justiça social e da igreja pobre para os pobres no centro das preocupações de seu pontificado. Ele vai ao encontro dos pobres, abraça-os e beija-os porque são, segundo suas palavras, “a carne de Cristo”. Ao receber em audiência no dia 11 de setembro de 2013 Gustavo Guiérrez, um dos fundadores desta teologia, e em seguida o pequeno irmão de Jesus Arturo Paoli, de 102 anos, que trabalhou durante 45 anos na linha da libertação na América Latina, o papa deu sinais claros de que quer prestigiar e até resgatar a Teologia da Libertação.
O papa quer prestigiar e aumentar o poder dos leigos porque a falta de padres no continente é grave. Já há sinais de quais serão esses novos poderes? Eles poderão celebrar a eucaristia ou outros sacramentos?
A categoria central da visão de Igreja que o papa representa é a “Igreja como povo de Deus”. Todos pertencem a este povo, que é constituído principalmente por leigos, homens e mulheres. O papa quer que os leigos, especialmente as mulheres, participem das decisões da Igreja e não apenas participem da vida da Igreja. A forma como o fará não sabemos. Sabemos apenas que ele é surpreendente e que coisas novas poderão ser esperadas, inclusive a nomeação de mulheres como cardeais, já que “cardeal” é na tradição um título, desvinculado do sacramento da Ordem.
Não é preciso ser padre ou bispo para ser cardeal. Não creio que ele permitirá que leigos celebrem eucaristias, pois seria um passo demasiadamente ousado. Mas como ocorre nas comunidades eclesiais de base nas quais não está presente um padre, ritualiza-se e dramatiza-se a ceia do Senhor. Eu creio, como teólogo, que tal prática é uma forma de trazer sacramentalmente Cristo para o seio da comunidade.
Qual a contribuição que a Igreja da America Latina poderia dar para as reformas do Vaticano?

A maior contribuição que a América Latina está dando à reforma do Vaticano é a pessoa do papa Francisco. Ele não começou com a reforma da Cúria, mas com a reforma do papado. Ele não vestiu o figurino clássico do “papa monarca” com o primado jurídico absoluto e com a supremacia doutrinal e pastoral. Ele se entende com bispo de Roma e quer presidir na caridade.
É importante observar que esse papa cresceu dentro do caldo cultural e eclesial da Igreja latino-americana, cujo rosto é muito diferente da Igreja da velha cristandade europeia. É uma Igreja viva, com comunidades de base, com pastorais sociais fortes, com figuras de bispos proféticos e com mártires da perseguição das ditaduras militares.
Que características o papa Francisco trouxe para o pontificado?
Ele traz ao Vaticano hábitos novos, evangélicos e proféticos. Ele se entende como um homem comum que gosta de estar junto com outros homens comuns, partilhando de suas buscas e perplexidades. Mais que ensinar, ele quer aprender no diálogo e na convivência. Estes traços pastorais são típicos da maioria dos bispos da América Latina. Com isso ele está resgatando o rosto humanitário, misericordioso e afável da severa institucionalidade da Igreja. Penso que ele será o primeiro de muitos papas que virão do terceiro mundo, pois aqui vive a maioria dos católicos.
Na sua opinião, qual seria a reforma mais importante que a Igreja Católica teria de fazer?
Eu creio que haverá uma nova forma de direção da Igreja, não mais monárquica, mas colegial. Quer dizer, o papa não dirigirá a Igreja sozinho, mas com um colégio de cardeais, bispos, leigos e mulheres. Ele insinuou claramente isso dizendo que deve haver mais corpos de decisão na Igreja junto com ele.
Publicado originalmente no DW Brasil.
O Brasil ou a América Latina poderiam ser pioneiros em alguma delas?
Na América Latina temos acumulado boas experiências de pastoral de conjunto, seja no nível nacional, seja no continental. Quanto ao celibato, já foi dito que não é uma questão fechada como o era no tempo de João Paulo 2º, que proibia sequer levantar tal questão. A meu ver o caminho será mais ou menos este: primeiro convidará os cem mil padres casados do mundo inteiro que possam, e que queiram, para reassumir o ministério.
Este seria o primeiro passo. Em seguida permitiria o celibato opcional. Não haveria mais a lei do celibato obrigatório. Para este papa a Igreja é de todos, especialmente daqueles que foram postos de lado. A Igreja é uma casa aberta para todos. Todos podem entrar sem prévias condições.
O sr. estaria disposto a assumir um cargo de liderança nesse processo de reformas?
Não espero nem pretendo ter nenhuma função na Igreja. Basta-me a palavra livre.

Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/francisco-mudou-ambiente-sombrio-da-igreja-diz-leonardo-boff/

Lula envia carta a Maduro pedindo diálogo com “todos os democratas” na Venezuela

 
 
Caracas, 12 mar (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva lhe mandou uma carta destacando a necessidade de um diálogo "com todos os democratas" em um momento em que o país enfrenta uma onda de protestos. Na carta, que foi enviada em 5 de março, quando se completou um ano da morte do presidente Hugo Chávez, Lula lembrou que "sempre" esteve unido ao falecido líder em "batalhas por uma América Latina mais justa e soberana" e convocou Maduro a manter vivo esse legado. Lula, que sempre manteve uma estreita ligação com o mentor da revolução bolivariana, afirmou que desde a chegada do presidente ao poder, em 1999, o chavismo combateu as crise e dificuldades, que foram superadas por meio da participação popular e do respeito à Constituição. "Não tenho dúvidas, companheiro Maduro, de que esse corpo de ideias e experiências constitui um guia de conduta de seu governo e do povo venezuelano neste delicado momento de sua história. Momento no qual é necessário um diálogo com todos os democratas que querem o melhor para o povo", disse o ex-presidente. "Só assim, a Venezuela realizará o sonho de uma sociedade justa, fraterna e igualitária", acrescentou a carta, divulgada por Maduro em sua conta do Twitter no início da madrugada. Maduro agradeceu pela rede social a mensagem do ex-presidente brasileiro: "Obrigado ao companheiro Lula por esta carta tão amorosa que me enviou. Muito Obrigado". Fontes do governo brasileiro disseram à Agência Efe nas últimas semanas que o Brasil defende o princípio de não ingerência nos assuntos internos da Venezuela, onde há um mês ocorrem protestos contra Maduro. A presidente Dilma Rousseff disse ontem que os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) poderiam decidir durante um encontro que será realizado hoje enviar uma comissão à Venezuela para analisar diretamente a situação do país.

João Paulo Cunha é absolvido do crime de lavagem de dinheiro











O STF reverteu, por seis votos a quatro, a decisão tomada no julgamento do mensalão em 2012 e absolveu do crime de lavagem de dinheiro o ex-deputado federal João Paulo Cunha.
A absolvição não muda as condenações pelos crimes de corrupção passiva e peculato, pelos quais Cunha cumpre pena de 6 anos e 4 meses em regime semiaberto. Se o Supremo mantivesse a condenação por lavagem de dinheiro, a punição ao ex-parlamentar aumentaria para 9 anos e 4 meses e ele teria de ser transferido para regime fechado.
A decisão foi tomada na análise dos embargos infringentes apresentados pelo ex-deputado.
Cunha foi condenado em 2012 por seis votos a cinco, sendo que Britto votou pela condenação e Peluso pela absolvição. Nesta quinta, Barroso e Zavascki votaram pelas absolvições.
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G1

Quando não faltava nada, surge a Marcha da Família com Deus II – O Retorno



Postado em 09 Mar 2014
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De todas as sandices surgidas com a atual onda de paranóia anticomunista no Brasil — e não são poucas –, uma das mais impressionantes é a chamada Marcha da Família Com Deus II.
Como o nome indica, é uma reedição da Marcha da Família com Deus Pela Liberdade, ocorrida em 1964 em resposta ao comício da Central do governo João Goulart.
Desta vez, uma “convocação para o povo brasileiro” está marcada para o dia 22 de março. Pede-se uma “intervenção militar” e não um golpe, embora seja evidentemente um apoio a um golpe. O site “oficial” é ideia da paulistana Cristina Peviani, “desempregada atualmente, graças às nossas faculdades falidas”.
“Vivemos em um versão “DEMO” de uma “DITA” Democracia, que nos foi: AMPUTADA, SEQUESTRADA E CONDICIONADA por que LUTOU CONTRA O BRASIL no passado e estão colocando em prática os seus planos de COMUNIZAÇÃO DO PAÍS, que eram os planos desde a década de 60, quando o povo brasileiro que lia jornais e não limpava a bunda com ele, saiu nas ruas no dia 19 de março de 1964, pedindo a INTERVENÇÃO CONSTITUCIONAL MILITAR para evitar que o mal que abateu o leste europeu, se abatesse no Brasil…
Dia 22 de março é o GRANDE DIA, o dia do despertar de nosso povo para sair nas ruas e CLAMAR mais uma vez pela INTERVENÇÃO CONSTITUCIONAL MILITAR, pois precisamos fazer uma verdadeira FAXINA nos 3 PODRES PODERES de nossa Nação que vem sendo comunizada, graça ao apoio dos ABUTRES TOGADOS que ajudam e assinam embaixo todos os crimes cometidos por estes ESCROQUES COMUNISTAS…”
Mas há diversos outros sites divulgando essa conclamação. Um dos mais ativos é o de Ricardo Ribeiro. É uma ode ao pânico e ao nonsense. O site de Ribeiro tem campanhas contra a pedofilia, o Google (!?), a rede Globo “homosatânica” etc. Ribeiro é evangélico fundamentalista e se arrisca na poesia. Escreveu versos sobre homofobia:
“Nesse macabro cenário, só enxergo Bolsonaro
A erguer a voz, sem medo, igual ao Silas
Pelas nossas famílias, combatem essa folia
Mas, quem afinal, soltou e alimenta, a fera da homofobia?”
Ele é nascido no Recife se autointitula “capelão” e “conferencista”. É um pregador. Diz que já foi “diretor de presídio”, embora tenha um crédito de “jornalista” numa reportagem muito louca sobre o bairro de Castro, reduto homossexual em São Francisco.
Já foi bloqueado várias vezes no Facebook por postar fotos e “denúncias” contra gays, socialistas e outras desgraças. Afirma que “os donos do Face são os maiores ativistas gays do mundo”.
Na louca cavalgada de Ribeiro, ele acabou endossando um texto satírico sobre a marcha, publicado na coluna Jornalismo Wando, do Yahoo. Wando foi evidentemente caricato — mas tanto quanto os organizadores do evento.
“Com negros, gays, índios, sem-terra, rolezeiros e toda uma gente diferenciada aninhada no governo, já estava mais do que na hora do gigante se levantar novamente contra o perigo socialista. (…) A nação que salvou a si própria tinha um governo apoiado pela imensa maioria de sua população, e que se mostrava favoritíssimo para a reeleição em 65, o que não quer dizer muita coisa quando não se está em sintonia com militares e civis mais esclarecidos. Hoje, as coisas se encaminham para o mesmo perigoso cenário. Com a iminente reeleição dos esquerdistas e a consequente consolidação do regime totalitário, só mesmo Deus para iluminar nossa Marcha e ajudar a nos livrar desse mal”, escreve.
No ano passado, perto de cem pessoas se reuniram no vão livre do Masp numa manifestação a favor de um golpe militar. Mas os marchadores já conseguiram o apoio de gente como Roger, Lobão e outros para suas hostes. Um general de brigada chamado Paulo Chagas manifestou seu apoio porque acha que a “debacle da Suprema Corte, desmoralizada por arranjos tortuosos que transformaram criminosos em vítimas da própria justiça, compromete a crença dos brasileiros nas instituições republicanas”.
Agora vai. Sangue de Cristo tem poder.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
 
FONTE:  http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quando-nao-faltava-nada-surge-a-marcha-da-familia-com-deus-ii-o-retorno/