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sábado, 12 de outubro de 2013

A vivência de ser rejeitado e assim se sentir, equivale a constatação de inutilidade - Vera Felicidade

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SexoFeminino
ProfissãoPsicóloga - Psicoterapeuta
LocalSalvador, Bahia, Brasil
IntroduçãoPsicoterapeuta, criadora da Psicoterapia Gestaltista exposta em 8 livros: Psicoterapia Gestaltista - Conceituações; Mudança e Psicoterapia Gestaltista; Individualidade, Questionamento e Psicoterapia Gestaltista; Relacionamento Trajetória do Humano; Terra e Ouro são Iguais; Desespero e Maldade; A Questão do Ser, do Si Mesmo e do Eu; Ilusão da Realidade - Realidade da Ilusão


Percepção, conhecimento, relacionamento
Vera Felicidade
Thursday, July 25, 2013

"Vida psicológica é vida perceptiva. Percepção é o processo que estrutura e caracteriza a relação do ser no mundo... O ser humano exerce suas possibilidades relacionais através da percepção, do conhecimento, da categorização" –
Inutilidade
Psicologicamente a vivência de ser rejeitado e assim se sentir, equivale a constatação de inutilidade. Incapaz de preencher requisitos do que é considerado bom, válido e útil, o indivíduo é expelido das relações por ele configuradas. Diversas traduções surgem para considerar e explicar esta vivência, desde às do seio mau (Melanie Klein) até às de "arianização".
A atitude de rejeitar está estruturada, geralmente, em contextos e estruturas socio-econômicas: são os preconceitos, as restrições, os bodes expiatórios, necessários à manutenção dos sistemas.
Perceber-se rejeitado atinge outras dimensões desde que surge um mediador, um filtro responsável por esta categorização. Não se aceitando, o indivíduo fica referenciado nessas vivências: é o autorreferenciamento. Ele busca ser aceito e geralmente se sente rejeitado, nada preenche suas demandas de aceitação. Criando metas e padrões onde tudo dará certo, onde ele será útil e bom, belo e aceitável, ele continuamente avalia, verifica e se sente frustrado, se sente falhado, rejeitado. Quanto mais se prepara, menos consegue e isto causa irritação, raiva que continuamente vivenciada estrutura depressão. Submetido aos desejos de ser aceito, esquece da própria problemática de não se aceitar e consegue assim transformar a vivência de rejeição em um deslocamento do próprio não se aceitar. Ao se rejeitar e por isso querer ser aceito, querer ser validado como alguém possível de qualquer coisa útil, boa e agradável, o indivíduo se desmembra, se pontualiza e anima-se ou deprime-se em função de resultados e circunstâncias favoráveis/desfavoráveis. Sentir-se rejeitado é sentir-se excluido, fora da humanidade. Lutar para ser aceito, para não ser rejeitado é concordar com critérios responsáveis por sua exclusão, é abraçar o universo social e relacional que o discrimina.
Quando, em psicoterapia, este processo não é configurado, não é globalizado surgem distorções de correntes do reducionismo elementarista: inconsciente, instintos, configurações neurológicas, socio-econômicas e culturais; e se fala em culpa, repressão, complexo de inferioridade, problemas sociais, desvios mórbidos, anomalias físicas como maneira e meio de explicar o sentir-se rejeitado.

O início do processo de rejeição é feito pelo próprio indivíduo em relação a si mesmo ao posicionar a não aceitação explicitada pelo outro e a partir daí construir seu "bunker" ou esvaziar suas bases, suas estruturas, criando abismos onde tudo fica por um fio. O posicionamento da rejeição pode se configurar em situações de prepotência ou de impotência, são polos do mesmo eixo. O extremo de acertos, regras e determinações é igual ao de fracassos, sensibilidades, medos, disforias ou dispersão inconsequente. Os primeiros geralmente se escondem em núcleos de autoridade ou saber fazer, os segundos se protegem através de dependências escravizantes que vão desde sistemas e famílias até drogas.

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