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Sobre mim
Sexo | Feminino |
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Profissão | Psicóloga - Psicoterapeuta |
Local | Salvador, Bahia, Brasil |
Introdução | Psicoterapeuta, criadora da Psicoterapia Gestaltista exposta em 8 livros: Psicoterapia Gestaltista - Conceituações; Mudança e Psicoterapia Gestaltista; Individualidade, Questionamento e Psicoterapia Gestaltista; Relacionamento Trajetória do Humano; Terra e Ouro são Iguais; Desespero e Maldade; A Questão do Ser, do Si Mesmo e do Eu; Ilusão da Realidade - Realidade da Ilusão |
Percepção, conhecimento, relacionamento
Vera Felicidade
Thursday, July 25, 2013
"Vida psicológica é vida perceptiva. Percepção é o
processo que estrutura e caracteriza a relação do ser no mundo... O ser humano
exerce suas possibilidades relacionais através da percepção, do conhecimento,
da categorização" –
Inutilidade
Psicologicamente a vivência de ser rejeitado e assim se
sentir, equivale a constatação de inutilidade. Incapaz de preencher requisitos
do que é considerado bom, válido e útil, o indivíduo é expelido das relações
por ele configuradas. Diversas traduções surgem para considerar e explicar esta
vivência, desde às do seio mau (Melanie Klein) até às de
"arianização".
A atitude de rejeitar está estruturada, geralmente, em
contextos e estruturas socio-econômicas: são os preconceitos, as restrições, os
bodes expiatórios, necessários à manutenção dos sistemas.
Perceber-se rejeitado atinge outras dimensões desde que
surge um mediador, um filtro responsável por esta categorização. Não se
aceitando, o indivíduo fica referenciado nessas vivências: é o
autorreferenciamento. Ele busca ser aceito e geralmente se sente rejeitado,
nada preenche suas demandas de aceitação. Criando metas e padrões onde tudo
dará certo, onde ele será útil e bom, belo e aceitável, ele continuamente
avalia, verifica e se sente frustrado, se sente falhado, rejeitado. Quanto mais
se prepara, menos consegue e isto causa irritação, raiva que continuamente
vivenciada estrutura depressão. Submetido aos desejos de ser aceito, esquece da
própria problemática de não se aceitar e consegue assim transformar a vivência
de rejeição em um deslocamento do próprio não se aceitar. Ao se rejeitar e por
isso querer ser aceito, querer ser validado como alguém possível de qualquer
coisa útil, boa e agradável, o indivíduo se desmembra, se pontualiza e anima-se
ou deprime-se em função de resultados e circunstâncias favoráveis/desfavoráveis.
Sentir-se rejeitado é sentir-se excluido, fora da humanidade. Lutar para ser
aceito, para não ser rejeitado é concordar com critérios responsáveis por sua
exclusão, é abraçar o universo social e relacional que o discrimina.
Quando, em psicoterapia, este processo não é configurado,
não é globalizado surgem distorções de correntes do reducionismo elementarista:
inconsciente, instintos, configurações neurológicas, socio-econômicas e
culturais; e se fala em culpa, repressão, complexo de inferioridade, problemas
sociais, desvios mórbidos, anomalias físicas como maneira e meio de explicar o
sentir-se rejeitado.
O início do processo de rejeição é feito pelo próprio
indivíduo em relação a si mesmo ao posicionar a não aceitação explicitada pelo
outro e a partir daí construir seu "bunker" ou esvaziar suas bases,
suas estruturas, criando abismos onde tudo fica por um fio. O posicionamento da
rejeição pode se configurar em situações de prepotência ou de impotência, são
polos do mesmo eixo. O extremo de acertos, regras e determinações é igual ao de
fracassos, sensibilidades, medos, disforias ou dispersão inconsequente. Os
primeiros geralmente se escondem em núcleos de autoridade ou saber fazer, os
segundos se protegem através de dependências escravizantes que vão desde sistemas
e famílias até drogas.
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