Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
Presidente do BB, Bendine pede 15 dias úteis para responder
a questão que já havia esclarecido em documento oficial
A condenação do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato no processo conhecido como ‘mensalão’ sofreu um novo impacto,
nesta segunda-feira, com o pedido do atual presidente do BB, Aldemir Bendine,
de 15 dias úteis para responder se havia, ou não, dinheiro público nas
operações que levaram ao julgamento da Ação Penal (AP) 470, no Supremo Tribunal
Federal (STF). Em um documento oficial, no entanto, ele já havia admitido a
ausência absoluta de recursos do erário nas operações denunciadas. Uma vez
desmontada a tese de que havia dinheiro público nas operações realizadas pela
agência do publicitário Marcos Valério, caem por terra o relatório do ministro
Joaquim Barbosa, presidente do STF e, consequentemente, todas as condenações do
julgamento conhecido com ‘mensalão’.
Em um documento anexado à AP 470, Bendine afirma, em juízo,
que todos os recursos movimentados pela Visanet, uma empresa do grupo Visa de
cartões de crédito, eram de natureza privada. Segundo o editor do blog Megacidadania,
Alexandre Cesar Costa Teixeira, que questiona Aldemir Bendine, “o atual
presidente do Banco do Brasil e o currículo dele não deixam qualquer dúvida”.
“No ano de 2005 (Bendine) era o secretário executivo da
Diretoria de Varejo da Área de Cartões do Banco do Brasil, exatamente a
diretoria que tinha estreita relação funcional com a Visanet. Aldemir Bendine
também integrava o Conselho da Visanet. E foi nesta condição que ele enviou
importante documento ao Tribunal de Contas da União-TCU”, afirma Teixeira.
“Tanto é afirmado que o dinheiro era da Visanet, bem como
que não poderia o BB disponibilizar antecipadamente os planos estratégicos,
citados resumidamente, pois caso contrário poderia incorrer em quebra de sigilo
comercial, permitindo nítida vantagem aos concorrentes. Bendine também destaca
que não havia necessidade alguma, conforme garante a legislação vigente nos
artigos 436 e 438 do Código Civil, de existir contrato específico entre a DNA e
a Visanet. Exatamente por este motivo as contas do Fundo de Incentivo Visanet
não eram auditadas pelo TCU, pois não se tratava de dinheiro público”, reitera
o editor.
Os documentos, publicados na íntegra no blog O
Cafezinho, de autoria do jornalista Miguel do Rosário, atestam exatamente o
contrário do que o presidente do STF garantiu em seu relatório.
“Todos os documentos, integrantes da própria AP 470, afirmam
que os recursos do Fundo Visanet eram privados. Não houve desvio de recursos
públicos. Esse é o pilar da AP 470, porque sem a presença de dinheiro público,
a acusação perde densidade política. Já caiu o crime de quadrilha, agora vai
cair o dinheiro público. Logo, a AP 470 irá se desmilinguir inteiramente. Essa
é a causa da histeria carcereira de Joaquim Barbosa. Ele sabe que perdeu. É só
uma questão de tempo”, afirma Miguel do Rosário, em seu blog.
“Barbosa sabe que seu nome será ridicularizado pela história
e merecerá ser ridicularizado, por ter sido aquele que cumpriu o papel
mesquinho de marionete de uma conspiração articulada entre oposição, PGR e
mídia, com objetivos notoriamente políticos”, disse Rosário, que destaca um
parágrafo central do documento assinado por Bendine:
“Esse fundo de incentivo, reitere-se, é constituído com
recursos da própria sociedade e não com recursos próprios de seus acionistas.
Particularmente no caso deste Banco (do Brasil), dada a sua condição de ser
sociedade de economia mista, impõe-se destacar o fato de não estar em causa a
utilização direta ou indiretamente de recursos públicos de qualquer origem ou
natureza“.
Em seu questionamento, ainda não respondido, Alexandre
Teixeira pergunta, diretamente, ao atual presidente do Banco do Brasil:
“O senhor tem algo a acrescentar ao que consta naquele
documento (em que afirma não haver dinheiro público movimentado pela agência de
Marcos Valério)?”. Teixeira também pergunta se Bendine concederia uma
entrevista coletiva sobre o assunto.
Via crucis
Na semana passada, agentes da PF chegaram às 06:30h da manhã
no apartamento
de Pizzolato no Rio de Janeiro e lá permaneceram até por volta das
10:00hs. Atualmente, reside no referido apartamento um casal com uma criança de
dois anos. Trata-se de amigo do casal Pizzolato e Andrea há mais de 40 anos e
lá estão, “amparados por documento legítimo de comodato”, lembra Teixeira.
“Ao longo desta autentica via crucis, que é o caso da AP
470, tentaram de tudo para criminalizar Pizzolato, mas a força inconteste dos
documentos não dá margens a qualquer dúvida, para as pessoas que os leem”,
concluiu o editor do blog Megacidadania.
FONTE : http://correiodobrasil.com.br/noticias/brasil/mensalao-e-colocado-em-xeque-em-documentos-do-banco-do-brasil/705074/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=b20140520
Nenhum comentário:
Postar um comentário