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quarta-feira, 2 de abril de 2014

1964 - DINA – DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA, Guerrilheira no Araguaia Presente!



A HISTÓRIA DE DINA – DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA, UMA GUERR(ILH)EIRA DO ARAGUAIA.
6 de agosto de 2013 · por mvjtocantins · em Uncategorized · 4 Comentários
Dinalva nasceu no sertão baiano, município de Castro Alves, em 16 de maio de 1945, filha de Viriato Augusto de Oliveira e Elza Conceição Bastos.

De origem humilde, com muito esforço conseguiu entrar na Universidade Federal da Bahia, onde se formou em geologia no ano de 1968, sempre participando ativamente do movimento estudantil, quando foi presa pela primeira vez. Nesta época conheceu Antônio Carlos Monteiro Teixeira (também desaparecido), colega de turma com quem se casou em 1969. No mesmo ano mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde faziam trabalhos sociais nas favelas.

Dina, com aproximadamente 15 anos. Foto gentilmente enviada por seu sobrinho, Delson Matos.
Em maio de 1970 ambos foram para a região do Araguaia, junto a outros integrantes do PC do B, visando organizar uma guerrilha rural na região e iniciar uma luta armada contra o governo militar. A Guerrilha do Araguaia, conflito entre o exército e os militantes que estavam na região, foi um dos episódios mais sangrentos da história brasileira, negado durante muitos anos pelo governo e teve boa parte de seus documentos destruídos ou nunca divulgados. Devido a isso, há ainda uma grande carência de publicações e relatos sobre os verdadeiros fatos da guerrilha.

As guerrilheiras e guerrilheiros que foram à região conviviam tranquilamente com a população local, desenvolvendo ocasionalmente trabalhos sociais e políticos, no intuito de integrar camponeses ao grupo. Nas vilas em que passou a viver na região do Araguaia, Dina teve maior destaque entre a população camponesa atuando como professora e parteira, sendo lembrada até hoje por relatos de pessoas que viveram na época da guerrilha. Muitas vezes, Dina se deslocava sozinha de barco, pelo rio Araguaia, para fazer partos nas madrugadas.

Dina e Antônio, no Araguaia.
No entanto, após o início dos conflitos, sua maior fama veio da capacidade militar. Tinha grande preparo físico, facilidade em se locomover na floresta, personalidade forte de liderança e principalmente, muita habilidade com o manejo de armas. Exímia atiradora e com espírito combativo, foi a única mulher dentre as guerrilheiras a ser subcomandante de um destacamento da guerrilha – o destacamento “C” , o mesmo do também lendário guerrilheiro Oswaldão.

Seu nome era conhecido e temido entre os recrutas convocados pelo exército para participar das operações de combate no Araguaia. Há relatos de enfrentamento a tropas militares onde feriu e matou soldados e oficiais, sempre conseguindo escapar dos cercos do exército. Devido a isso, entre os militares, havia a lenda de que Dina nunca era pega, pois conseguia se transformar em borboleta e fugir a tempo.
Após sobreviver ao ataque à comissão militar da guerrilha no natal de 1973, que matou cinco guerrilheiros incluindo o comandante geral Maurício Grabois, Dina embrenhou-se na selva com outros companheiros e desapareceu. A partir dessa data, apenas relatos indicam o que pode ter acontecido, embora todos indiquem que foi presa ainda com vida. Teria sido presa aos 29 anos, entre janeiro e junho de 1974, fraca, doente e desnutrida, como os todos os outros guerrilheiros que sobreviveram até o fim da guerrilha. Estaria vagando na mata perto da localidade de ‘Pau Preto’, juntamente com a companheira de guerrilha ‘Tuca’, a enfermeira Luiza Augusta Garlippe.
Levada à base militar em Xambioá - TO, foi torturada durante o período em que permaneceu presa (ainda não esclarecido) resistindo sem prestar qualquer informação aos militares do serviço de inteligência do exército.
Um relatório do Ministério da Marinha indica que foi morta em julho de 1974. Segundo relatos, foi levada de helicóptero, para uma mata próxima à base, e executada a tiros. Pediu para morrer de frente e foi atendida, conforme narra um militar de identidade ainda não revelada que esteve presente em sua execução. Dada como desaparecida política, seu corpo nunca foi encontrado. Oficialmente, é considerada desaparecida política desde 25/12/73.
“Vou morrer agora?”, perguntou a guerrilheira. “Vai”, respondeu o militar. “Então eu quero morrer de frente”, pediu.
O militar se aproximou e lhe deu um tiro na cabeça. Foi enterrada ali mesmo. Seu corpo jamais foi encontrado.
DINA GUERRILHEIRA
No Tocantins, desde 2009 existe um grupo de estudos e práticas feministas que, buscando resgatar a história da guerrilha no Tocantins e desta guerrilheira de origem sertaneja, denominou-se “Grupo Feminista Dina Guerrilheira”. O grupo faz parte do Centro de Direitos Humanos de Palmas e em 2012 elaborou uma exposição intitulada “Quem foi Dina Guerrilheira?”, dentro da Semana de Combate à Violência contra a Mulher.

FONTE : Companheiro Jacques Chaban
https://www.facebook.com/jacques.chaban.9/posts/734357459920315?comment_id=7109950&offset=0&total_comments=4&notif_t=share_reply

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