Espionagem
Estado policial dos Estados Unidos ameaça democracia, analisa Frei Betto
Para assessor de movimentos sociais, postura de Barack Obama não é democrática e cria Estado de terror
por Redação RBA
publicado
18/06/2013 14:13
Victor Soares/ABr
São Paulo – O assessor de movimentos sociais Frei Betto comentou à Rádio Brasil Atual que é um exemplo de “arremedo de democracia, uma democracia sem liberdade e privacidade" o
governo norte-americano ter acesso a e-mails, telefonemas e dados
pessoais da sociedade civil. Ele afirmou que comprovar que a democracia e
a liberdade individual não são compatíveis é uma vitória de Osama Bin
Laden.
Para Frei Betto, o presidente dos Estados Unidos não
apresentou postura democrática ao comentar o escândalo, na semana
passada. “Uma senadora democrata norte-americana afirmou que uma das
obrigações do governo é garantir que os Estados Unidos permaneçam
seguro, e o próprio presidente não foi menos enfático, disse que é
preciso reconhecer que não se pode ter cem por cento de segurança e
cento por cento de respeito à esfera privada e zero por cento de
inconveniente.”
A consagração do estado policial, segundo Frei Betto,
é capaz de controlar todos os cidadãos, e o medo do terrorismo faz com
que 56% dos habitantes dos EUA apoiem a vigilância telefônica e
eletrônica da população.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a NSA
(sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional) dos EUA criou um
banco de dados com ligações telefônicas e mensagens de voz de milhões de
cidadãos, coletados de pessoas que utilizam o serviço da operadora
Verizon – uma das mais populares no país. O jornal obteve cópia de uma
ação judicial sigilosa da NSA.
Na administração de George W. Bush, a imprensa
norte-americana revelou uma série de gravações e escutas telefônicas
ordenadas com base no "Patriot Act". Essa é a primeira vez, no entanto,
que, sob a tutela de Obama, um caso de espionagem de grandes proporções é
revelado. Fato que pode dar "sinais da continuação da política de
controle da população", segundo a imprensa europeia.
Edward Snowden, o principal responsável pelo
vazamento do programa de vigilância de comunicações dos Estados Unidos,
disse na quarta-feira (12) que o governo norte-americano mantém
espionagem na China e Hong Kong há vários anos. Para justificar o
vazamento dos dados, logo quando o escândalo veio à tona, ele afirmou
que não gostaria de viver “num mundo em que tudo o que faço e o que digo
fica registrado”. Ele acrescentou que agiu assim porque percebeu que os
presidentes podem mentir para se manter no poder e ignorar sua
promessas públicas sem consequência.
http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2013/06/estado-policial-dos-eua-ameaca-democracia-analisa-frei-betto-1802.html
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