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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

DOSIMETRIA DE TIRADENTES: MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO



DOSIMETRIA DE TIRADENTES: MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO

Nesta última alta madrugada, insone, postei no Twitter a “dosimetria” de Tiradentes, ao qual foi imputada “morte natural pela forca e para sempre”…
Como bem disse nosso ministro da Justiça, preferível a morte a cumprir pena nas cadeias brasileiras, desumanas, sucursais pioradas de Guantanamo, e muito pioradas mesmo…
Vocês não são tolos, nem tenho pretensão de fazê-los de, então, como aqui falamos com franqueza, vocês sabem que eu estava me referindo no Twitter à condenação a José Dirceu e a José Genoíno, em cujas inocências acredito, apesar de longe de mim pretender colocar em dúvida as boas intenções da Justiça brasileira…
Na “dosimetria” ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, ele foi condenado a ser conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, enquanto à sua passagem, contam os livros de História, o povo o xingava, ofendia, cuspia, dele debochava. Hoje certamente estariam arrependidos…
Dizia a sentença que, quando chegasse à forca, “nela morra morte natural para sempre e que, depois de morto, lhe seja cortada a cabeça e levada à Vila Rica, onde no lugar mais público dela será pregada a um poste alto até que o tempo a consuma”…
Ali ficou a cabeça do alferes como um troféu, que o povo oprimido pela coroa portuguesa aplaudia, sem perceber que a vida daquele mártir foi tirada justamente para favorecer a ele, o povo explorado, idiotizado e manipulado por Portugal, o poder…
O  corpo, mandaram os juízes, foi dividido em quatro quartos pregados e expostos em postes pelo caminho de Minas, “onde o réu teve as suas infame práticas” (onde se reuniu com os inconfidentes) até que o tempo os consumisse. Ficaram lá aquelas carnes tremulando ao vento, à mercê dos urubus, dos risos e das piadas de mau gosto da “opinião pública”, sempre ela, na contra-mão da História…
Prossegue a “dosimetria” ao réu Tiradentes: “Declaram ao réu infame e infames seus filhos e netos, seus bens e sua casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, e que nunca mais no chão se edifique e, não sendo próprias, serão avaliadas e pagas ao seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu”…
Entenderam? A “maldição” a Tiradentes se estendeu aos filhos, aos netos, à casa e à terra onde ela se erguia. E com os aplausos gerais do populacho, que achava muito certo, muito adequado o que estava sendo feito ao salafrário do Tiradentes, que, além de ser subversivo, era um desgraçado de um dentista, que provocava dor arrancando os dentes alheios e agora estava tendo o troco merecido, e que aprendesse a não mais meter a colher onde não era chamado, querendo desafiar os poderosos, pois manda quem pode e obedece quem tem juízo…
Houve bailes nas cidades festejando a morte de Tiradentes, e o povo cantou, dançou, comeu, bebeu e celebrou a morte do grande vilão…
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http://www.hildegardangel.com.br/?p=2459

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