Lula tem de ir às ruas e evitar o golpe de Joaquim e Gurgel
A judicialização do processo político e a criminalização de políticos sem provas cabais, como ocorreu no mensalão, o do PT é lógico, são uma afronta à Constituição e ao estado democrático de direito
Afirmo
e reafirmo novamente neste espaço: se o ex-presidente Lula e o PT não
se prevenirem para passar para o ataque, a direita brasileira que perdeu
três eleições presidenciais para os trabalhistas vai amarrar os pés e
as mãos dos principais políticos do PT, como se fossem gado de rodeio ou
vaquejadas.São nítidas e sonoras as intenções dos senhores Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e procurador-geral da República (PGR) no que é relativo às tentativas de investigar o Lula.
A
ação não tem o propósito de apenas investigar o ex-mandatário para
comprovar ou não seu envolvimento com o mensalão, mas, sobretudo, tem a
finalidade política de envolver seu nome nesse processo, e,
consequentemente, desqualificá-lo e desconstruí-lo perante a Nação
brasileira, que o elegeu duas vezes, bem como votou em sua candidata e
atual presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.
O
STF e a PGR são há algum tempo os principais interlocutores da poderosa
direita brasileira, bem como tratam o processo político deste País como
se fosse segmento da sociedade de terceira categoria. Só que não é. É
equívoco e petulância, desfaçatez e arrogância de homens togados se
arrogarem o direito de estarem acima da escolha politica e eleitoral do
povo brasileiro.
A
judicialização do processo político e a criminalização de políticos sem
provas cabais, como ocorreu no mensalão, o do PT é lógico, são uma
afronta à Constituição e ao estado democrático de direito. Eu até
acredito que a sociedade brasileira, em um primeiro momento, não perceba
o que está a acontecer com os primeiros políticos do campo da esquerda
que assumiram, de fato, o governo central.
Vou
além. Quando o povo trabalhador brasileiro perceber o que querem fazer
com o presidente mais popular da história do Brasil, além de ser o
principal político do País e o mais conhecido internacionalmente, as
ruas vão ser ocupadas pelas pessoas, que são os trabalhadores que
transformaram e enriqueceram este País, bem como votaram duas vezes em
Lula para ser presidente da República.
O
tempo é curto e por isto o PT e aliados, a exemplo do PCdoB, os
milhares de sindicatos e suas federações e confederações do campo e da
cidade, as alas progressistas da Igreja Católica, o MST, os estudantes
secundários e universitários, as inúmeras associações e cooperativas de
trabalhadores, as donas de casa, os aposentados, os pequenos e médios
empresários urbanos e rurais e as comunidades pobres das periferias e
dos morros que foram, de uma forma ou outra, beneficiados, respeitados e
considerados pelos governantes trabalhistas.
O povo deve ir às ruas para estancar
a prepotência, a arrogância, a perversidade e até mesmo a incoerência e
a insensatez de homens públicos e sem votos pagos mensalmente pelo
dinheiro do contribuinte que resolveram transformar o STF e a PGR em
ferramentas e instrumentos de intimidação e perseguição política àqueles
que há três eleições derrotam uma direita reacionária, violenta,
egoísta, colonizada, provinciana, dona de um incomensurável e
inenarrável complexo de vira-lata, além de ser, inquestionavelmente,
herdeira da escravidão.
As
acusações a Lula são suposições, mas o senhor Gurgel e alguns membros
do STF liderados pelo condestável juiz Joaquim Barbosa, que, usualmente,
tem recaídas de Tomás de Torquemada, continuam os seus périplos
políticos e nitidamente a se alinharem aos interesses políticos do PSDB e
seus nanicos do DEM e do PPS, bem como a terem sempre ao seu lado os
porta-vozes de uma imprensa de mercado frontalmente oposicionista aos
trabalhistas que há dez anos administram o Brasil, com a aquiescência e o
voto do povo brasileiro. Nunca é tarde para lembrá-los.
Marcos
Valério, o agente também do mensalão tucano que, ao que parece, nunca
vai ser investigado de forma séria para ser julgado pelos juízes
conservadores do STF, negociou com o PGR Roberto Gurgel, pois o que
interessa a ele é diminuir sua pena de 40 anos. Gurgel quer o Lula, bem
como os juízes direitistas de um tribunal que se transformou em um
partido conservador.
A
direita partidária, empresarial, midiática e judiciária apostam na
desconstrução da imagem de Lula, porque sabem muito bem que o político
trabalhista é o maior cabo eleitoral do Brasil, enquanto o cabo
eleitoral tucano conhecido pelo nome de Fernando Henrique Cardoso — o
Neoliberal — não tem força e influência para eleger o síndico do prédio
onde mora.
Não
há provas contra o ex-presidente Lula. A PGR de Gurgel sabe disso e é
por isso que a instituição, de acordo com a imprensa, reuniu-se com
quatro juízes do STF, à frente o senhor Joaquim Barbosa. Segundo a mídia
conservadora e de caráter histórico golpista, a reunião foi para
formular estratégias de como chegar ao Lula, depois acusá-lo,
processá-lo, julgá-lo e quiçá prendê-lo.
Lula
tem de ser incluído no mensalão, que para mim é o mentirão, agora e já.
Dessa forma, haverá tempo para que ele fique a ser desconstruído,
imolado e açoitado moralmente até as eleições presidenciais que vão
acontecer em outubro de 2014. O mentirão dos José(s) Dirceu e Genoíno
foi o combustível usado pelo canhão da direita nas eleições de 2012. Só
que eles, mesmo com o apoio da imprensa de negócios privados, perderam a
eleição até em São Paulo.
A
direita, que nunca deu nada para o povo brasileiro, apenas retirou e o
explorou durante 500 anos, quer calar o Lula. O torneiro mecânico e
nordestino para ela é abusado e ousado e se atreveu a pisar os tapetes
do Palácio do Planalto e sentar na cadeira da Presidência da República.
O
establishment e seus instrumentos de ação politica incrustados no
estado brasileiro, a exemplo da PGR e do STF, não quer a distribuição de
renda, de riqueza e a emancipação do povo brasileiro. Por trás dessa
engrenagem perversa está o dinheiro, a luta pelo dinheiro, cada vez em
quantidades maiores, com a finalidade de locupletar os ricos, os muitos
ricos e os que são inquilinos do pico da pirâmide social em termos
internacionais.
Essa
gente demasiadamente endinheirada e patrimonialista não quer perder
nada e por isto combate até programas de renda mínima como o Bolsa
Família. São os tubarões do planeta, que financiam golpes e contragolpes
de estado, cujo objetivo principal é manter o status quo das classes
privilegiadas e por isto abastadas e que dominam o poder por intermédio
da violência, da intimidação, da denúncia vazia e da desconstrução moral
daquele que pensa diferente e coloca em prática seu pensamento,
propósitos e ideologia.
Lula
não vai ficar quieto dentro da sua casa a ouvir acusações e ilações
maldosas, muitas vezes injustas e a levar o dedo na cara. Ele vai às
ruas, porque não é salutar remediar ou tergiversar quanto aos fatos e às
realidades que se apresentam. A direita é golpista. Ponto. A ética para
a direita não passa de uma peça de retórica. E quem geralmente
acredita, por má-fé ou não, neste teatro grego é, como sempre, a classe
média de índole conservadora e alma ressentida e amarga. Não porque ela
odeie tanto os pobres. Mas, sobretudo, porque a classe média sabe, lá no
fundo do seu coração, que nunca vai ser rica, apesar de abraçar os
valores da burguesia consumista de princípios superficiais.
A
sugestão é que Lula saia às ruas e reative as Caravanas da Cidadania”. A
luta pela sobrevivência é o princípio fundamental da existência humana.
Somos assim e lutamos pelo o que acreditamos. Eu não acredito no STF e
na PGR. Entretanto, não preconizo o golpe por ser um homem que acredita
na democracia, na legalidade institucional e na Constituição. Por seu
turno, acreditar nesses princípios não me faz um covarde e muito menos
um pusilânime no que diz respeito a aceitar que a direita promova
golpes, manipule as notícias e as realidades e faça da verdade um
instrumentos de seus interesses. Lula tem de ira às ruas! É isso aí.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/98827/Lula-tem-de-ir-%C3%A0s-ruas-e-evitar-o-golpe-de-Joaquim-e-Gurgel.htm
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