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terça-feira, 9 de abril de 2013

O assassinato do cantor Victor Jara na ditadura chilena

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O assassinato do cantor Victor Jara na ditadura chilena

Por Paulo Kautscher
Do Diário da Classe
O assassinato de um cantor popular
Víctor Jara – 28.09.1932 – 15.09.1973
Grande cantor popular chileno, ele foi cruelmente assassinado nos primeiros dias da ditadura instaurada pelos militares liderados por Augusto Pinochet em 1973. O crime aconteceu no Estádio Nacional que servia de prisão para milhares de militantes. O relato chocante abaixo, que mostra a barbaridade do assassinato, foi retirado de No Olho do Furacão, do jornalista brasileiro Paulo Cannabrava, a partir de relatos de quem esteve lá.
“Em um dado momento, Victor desceu para a platéia e se aproximou de uma das portas por onde entravam os detidos. Ali topou – cara a cara – com o comandante do campo de prisioneiros que o olhou fixamente e fez o gesto mimico de quem toca violão. Victor assentiu com a cabeça, sorrindo com tristeza e ingenuidade. O militar sorriu, contente com sua descoberta..
Levaram Victor até à mesa e ordenaram que pusesse suas mãos em cima dela. Rapidamente surgiu um facão. Com um só golpe cortaram seus dedos da mão esquerda e, com outro, os da mão direita. Os dedos cairam no chão de madeira, ainda se mexendo, enquanto o corpo de Victor se movia pesadamente.
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Depois choveram sobre ele golpes, pontapés e os gritos: ‘canta agora… canta…’, a fúria desencadeada e os insultos soezes do verdugo ante um ‘alarido coletivo’ dos detidos.
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De improviso, Victor se levantou trabalhosamente e, com o olhar perdido, dirigiu-se às galerias do estádio… fez-se um silêncio profundo. E então gritou:
- Vamos lá, companheiros, vamos fazer a vontade do senhor comandante.
Firmou-se por alguns instantes e depois, levantando suas mãos ensanguentadas, começou a cantar em voz ansiosa o hino da Unidade Popular (Coligação de partidos de esquerda que apoiavam o governo de Allende), a que todos fizeram coro.
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Aquele espetáculo era demasiado para os militares. Soou uma rajada e o corpo de Victor começou a se dobrar para a frente, como se fizesse uma longa e lenta reverência a seus companheiros. Depois caiu de lado e ficou ali estendido.”
Vídeos: 
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15 comentários
imagem de Paulo Kautscher
Paulo Kautscher
Victor Jara, vida e morte de um cantor revolucionário


 Reprodução   Victor Jara, o militante-artista


• O genocida Augusto Pinochet morreu em dezembro de 2006 sem nunca ter sido julgado por seus crimes, dentre eles, o assassinato de milhares de ativistas políticos. A ditadura chilena, no entanto, tentou silenciar não só os militantes, mas também toda uma geração de artistas engajados que faziam de sua arte verdadeiras armas de transformação social e de luta contra o imperialismo. O maior deles, o cantor Victor Jara, foi barbaramente assassinado no Estádio Nacional, após ser brutalmente espancado e ter as duas mãos quebradas.

Porém, mais de três décadas após o golpe, enquanto o cadáver do general esfria na cova e sua memória é amaldiç
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“Instrui-vos, porque precisamos de vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos de vosso entusiasmo. Organizai-vos, porque carecemos de toda vossa força.” Revista Lórdine NuovoVictor Jara

A Funa é um termo tipicamente chileno e trata da denúncia de torturadores e assassinos durante a ditadura de Pinochet que teve inicio em 1973.

Neste caso, é mostrado o assassinato de Victor Jara que ocorre no Estádio de Chile, que hoje leva o nome de Estadio Victor Jara, com toda justiça.

O Estádio de Chile, situado na Alameda Bernardo O'Higgins, em Santiago, Chile, foi o primeiro maior recinto de prisioneiros nos primeiros dias do golpe de Pinochet em 1973. Chegou a comportar de 5 a sete mil prisioneiros.

A Funa implica também em ir no local de residencia de um assassino, torturador, denunciá-lo aos vizinhos, aos comerciantes locais, ao entregador de jornais, ao entregador de pizza, e aos prestadores locais de serviços, dizer quem é aquele individuo, aquele
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“Instrui-vos, porque precisamos de vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos de vosso entusiasmo. Organizai-vos, porque carecemos de toda vossa força.” Revista Lórdine Nuovo
imagem de Valdir Fiorini
Valdir Fiorini
O assassino de Victor Jara tem página no Facebook: http://goo.gl/MC5xK
Essa estória dos dedos decepados não foi confirmada quando da exumação do cadáver.
imagem de Luiz Gonzaga da Silva
Luiz Gonzaga da Silva
"Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades, uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia e a esperança."(Pablo Neruda - Trecho do último capítulo de "Confesso que Vivi")*
Video gravado um mês antes do golpe. Jara foi comprovadamente assassinado, e Neruda?
"El Derecho de Vivir En Paz" de Victor Jara
http://www.youtube.com/watch?v=GssGeCif3fk&feature=related

*
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Jair Fonseca
Funa é como chamam no Chile a denúncia e o repúdio público dos criminosos da ditadura, em frente de suas casas ou em seus locais de trabalho. Aqui o documentário da funa do militar ("O Príncipe"), assasssino de Victor Jara, em seu escritório no ministério do trabalho. Sua reação é covarde, teatral e ridícula. Revi: para maior escárnio e ironia, além de espernear sobre a mesa, chutar, e pedir socorro, o carrasco tenta esconder o rosto com uma foto rasgada de sua vítima.
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Sergio de Moraes Paulo
Ola,

estive no Chile em Julho e tambem acreditava na versao acima. Os fatos indicam que essa versao e cinematografica e nao correspondem ao que ocorreu.

Vitor Jara foi morto em outro estadio, proximo ao Nacional.

A exumacao de seu corpo evidenciou que houve esmagamento de seus dedos. Na prisao.

Ele sabia que iria morrer e escreveu o belo poema "Somos mais de cinco mil".

Admiro muito esse lider politico e cultural que nao apenas o Chile perdeu, mas todos nos, da America Latina.

Contudo, e preciso ter cuidado com a veracidade dos relatos.

A morte de Jara foi menos espetacualr do que a versao acima.

Nem por isso menos cruel e
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Jair Fonseca
Também achei romanceada a narrativa do post. Como se o assassinato de Jara não fosse suficientemente trágico.
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Jair Fonseca
Ótimo curta do cineasta cubano Santiago Álvarez, poeta do documentário e do ensaio audiovisual, feito logo após o golpe no Chile, com homenagem a Victor Jara: O tigre saltou, matou, mas morrerá...morrerá.
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Jair Fonseca
No fim de semana, postei aqui essa canção.
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Lionel Rupaud
Mais uma ditabranda bem ao gosto da familia Frias
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Christian Schulz
"Ditabranda", aliás "Ditablanda", termo cunhado pelo fascínora Pinochet. Para definir, desavergonhadamente, a própria ditadura chilena.

Como se vê, não importam os fatos. Para a direita, ditadura "deles" é um mar de rosas.
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Toni

 

 

 

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