Páginas

domingo, 23 de setembro de 2012

AS LINGUAGENS DO AMOR


AS LINGUAGENS DO AMOR

Publicado por admin
Por que tantos divórcios? Por que tanta insatisfação conjugal? Por que tantas queixas recíprocas entre casais? Por que tanta descrença na existência de uma união feliz, harmônica e duradoura? Se 50% dos casais se divorciam, o índice de separação no segundo relacionamento sobe para 75%, o que só aumenta a “certeza” de que o casamento é instituição fadada ao fracasso, mas será que isso é verdade?
No nosso cotidiano nos surpreendemos com separações inexplicáveis, para nós. Diz a Fulana: “Não entendo como Beltrano se separou de mim, dona de casa exemplar, a casa vivia brilhando, filhos impecáveis, tudo no lugar, cuidava das roupas dele, fazia as compras da casa, era cozinheira de mão cheia, levava-lhe o café na cama, os filhos pra escola, não deixava nada ao acaso, vivia em função de agradá-lo e aquele ingrato não soube reconhecer isso e me trocou por outra”. Se formos ouvir o Beltrano, nossa surpresa será ainda maior. “Fulana era uma fria e insensível. Uma boa empregada faria tudo que ela fazia e me custaria mais barato que ela. Ela nunca tinha tempo pra mim e acho que ela nunca entendeu que eu achava mais importante ela parar de organizar as coisas da casa e me dar meia hora de atenção, ouvir o que eu tinha feito durante o dia e me contar sobre o dia dela. Isso pra mim tem mais valor do que o prato mais refinado que ela pudesse fazer”.
Exemplos assim são inúmeros. Um dos cônjuges se desdobrando para atender ao outro e outro se queixando até do esforço que o primeiro está fazendo. O João enche a Maria de presentes que são deixados em um canto e até esquecidos; para a mágoa do João, que se sacrificou para comprá-los e reclama que a Maria se esquece das datas “inesquecíveis”, como a primeira vez em que foram ao cinema juntos. Já a Maria se queixa que o João gasta “horrores” com presentes, mas não sabe ter um gesto de carinho com ela e que em seus momentos de tristeza, o que ela precisa é de um afago, andar de mãos dadas e não de um lindo par de sapatos. Pobre João, confuso nesse vendaval e pobre Maria, perdida na sua carência de afeto, afogada em seus presentes sem valor…
O que podemos aprender com esses exemplos? Imaginemos um rapaz que se mudou para Xangai, não fala chinês e se apaixona por uma nativa, que não entende português. Como faria no Brasil, ele lhe manda flores e depois descobre que para ela, o gesto de afeto dele significa “quero que você morra” consternado, ele resolve piscar para ela e se surpreende ao vê-la fazer expressão de ofendida, até descobrir que tal gesto significa “acho você feia”. A única alternativa para ele, será aprender Chinês e lhe dizer “estou apaixonado por você” em uma língua que ela seja capaz de compreender.
Uma grande parte dos desacertos de relacionamento entre casais se deve ao fato de que um não sabe falar a “linguagem de amor” que o outro é capaz de entender como tal. O João expressa amor dando presentes, mas a Maria só entende como verdadeira expressão de amor, o gesto afetivo, o carinho. A Maria que nasceu em uma família carinhosa, é chameguenta, vive fazendo afagos no João, que se incomoda com isso, pois cresceu em um lar onde as expressões de afeto eram raras e ele não aprendeu a falar a linguagem do carinho, portanto não a compreende. Para ele cujo pai vivia viajando, a expressão de amor eram os presentes que ele lhe trazia ao retornar e foi a língua que ele aprendeu a falar para demonstrar que gosta de alguém.
Da mesma forma, os desencontros emocionais entre a Fulana e o Beltrano são decorrentes de serem incapazes de entender que cada ser humano expressa amor de uma forma e entende, como expressão de amor, uma maneira específica de agir do outro. Cada um de nós tem uma linguagem principal de amor, aquilo que preenche o nosso coração de felicidade, segurança, otimismo. O que, para mim, traz a certeza de que sou amado é a minha linguagem de amor e assim o é com cada pessoa.
O segredo dos relacionamentos felizes e duradouros é identificar a linguagem de amor do outro e passar a usá-la no cotidiano, aliada ao companheirismo e diálogo. Quando ambos falamos a língua afetiva que o outro reconhece os dois se sentirão amados e seguros, não dando espaço ao ciúme e desconfiança. Alguns casais, afortunadamente e por acaso, falam a língua afetiva um do outro e são os exemplos de convivência harmoniosa e pacífica, casamentos dos sonhos que todos idealizam e buscam, mas poucos conseguem alcançar, conforme mostram as estatísticas dos divórcios. Para os que têm dificuldades no relacionamento conjugal e querem tentar um resgate, o esforço e exercício das “linguagens” são essenciais.
As linguagens do amor e seus dialetos são ferramentas imprescindíveis para a construção de um melhor relacionamento profissional, conjugal e também entre pais e filhos, pois cada filho terá uma linguagem de amor que ele poderá entender e se nós as identificarmos e a usarmos para falar com ele, teremos um filho seguro de nosso amor e capaz de construir sua vida em bases mais sólidas.
Dr.José Roberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário