Eduardo Guimarães
Globo News exibe debate bizarro sobre Yoani Sánchez
Pena que não tenho como reproduzir aqui o vídeo do último programa “Entre Aspas”, da Globo News, em que a apresentadora Monica Waldvogel recebeu os jornalistas Sandro Vaia, ex-diretor do Estadão, e Breno Altman, editor do site Opera Mundi, a fim de debaterem os fatos que marcaram a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez. É divertidíssimo.
Mas você, leitor, não ficará sem assistir. Pode conferir a íntegra do programa por aqui ou, se quiser, pode apenas ler este post. A escolha é do freguês.
Sobre o programa, um de seus méritos foi o de revelar quão desvirtuado vem sendo esse debate, pois a discussão que ali se viu girou, em grande parte do tempo, em torno das manifestações contra a blogueira.
Apesar de ser elogiável a coragem de Monica em convidar um divergente “fera” como Altman, este deve ser eximido de culpa pelo desvirtuamento do debate. Foram ela e Vaia que o desvirtuaram ao tentarem impedir o rumo que tomava entoando um mantra sobre os protestos de que Yoani foi alvo.
Muito nervosos, Vaia e Monica agiram em dupla pondo Altman sob fogo cruzado. Todavia, este conseguiu manter a linha de pensamento. Antevendo que perderiam o debate se o deixassem falar – a cada vez que abria a boca, estremeciam –, recorreram ao velho recurso de quem não tem argumentos.
Vaia começou a comparar os protestos contra Yoani a movimentos do nazismo e do fascismo que, na aurora da ascensão daqueles regimes na primeira metade do século XX, espancavam pelas ruas da Europa os que pensavam diferente e ousavam dizer de público o que pensavam.
As expressões de incredulidade que se estampavam no rosto de Altman eram talvez mais demolidoras do que sua eloquente argumentação. Apontou a Vaia o “pequeno” detalhe de que os contrários de Yoani só exerceram o direito constitucional à liberdade de expressão em locais públicos e que não houve violência, ainda que possa ter faltado critério.
Aliás, vale explicar que se os protestos contra Yoani tivessem tido o menor resquício de violência – conforme tentaram vender Vaia e Monica – os manifestantes teriam sido reprimidos pela polícia, inclusive no último evento de que a blogueira participou, na Livraria Cultura, em São Paulo, no qual ocorreram novos incidentes e onde abundaram policiais.
Mesmo estendendo uma discussão menor e atuando de forma injusta, na base do dois contra um, Vaia e Monica ficaram vendidos. A apresentadora, acuada, decidiu fazer uso do poder de condução do programa e cassou a palavra de Altman em favor do outro entrevistado. E fez isso por mais de uma vez.
Quem assistiu ou vier a assistir ao programa constatará que Monica prejudicou um dos debatedores. Inclusive como é costume dela fazer nesse tipo de debate que promove, posicionando-se ao lado de um deles e, assim, reduzindo a possibilidade de argumentação do outro.
O mais interessante é que Vaia, sempre entoando mantra que comparava a garotada que vaiou (ops!) Yoani a vários movimentos autoritários europeus, em nenhum momento, ao falar naquelas ações autoritárias e antidemocráticas, citou as que mais fazem sentido aos brasileiros: as ações golpistas de 1964.
O entusiasta da “Revolução” tupiniquim fez isso porque a parte da direita que ele integra envolveu-se até os ossos com o estupro da democracia do país no século passado, razão pela qual foge de discutir aquele período de trevas. Assim, qualquer menção à única ditadura que todos conhecemos é logo respondida com frases pré-fabricadas sobre Cuba.
Esse escapismo do debate, porém, vai ficando cada vez mais frágil, sobretudo com uma Comissão da Verdade se preparando para contar ao Brasil uma história que já provoca suor frio e tremedeira nos adeptos de ontem e de hoje daquele regime de horror.
Não houve, então, uma parte interessante no programa? Houve, sim. E foi cortesia do editor do Opera Mundi.
Altman descartou que Yoani seja “agente da CIA”. Em sua opinião, é só uma ativista de perfil light que foi “abraçada” pelo conjunto de forças político-ideológicas que faz propaganda negativa contra o regime cubano e que viu nela oportunidade de “aggiornamento” da própria imagem pública, desde sempre identificada por uma face de ultradireita.
Além disso, o grande serviço que o jornalista progressista prestou à verdade foi o de desmontar a distorção que tentaram fazer de reunião em que o embaixador cubano ofereceu ao governo brasileiro material contendo a sua versão dos fatos e a sua visão sobre a natureza das ações de Yoani.
Monica tentou contrabandear insinuação descabida de que o governo brasileiro teria organizado os protestos contra a cubana, mas Altman a interpelou, de forma incisiva, cobrando explicações sobre a quem se referia, pois foi uma acusação velada.
O editor do Opera Mundi quis saber por que o governo cubano não poderia oferecer sua visão sobre a sua detratora e onde estaria a evidencia de que o governo brasileiro organizara os protestos contra ela. Monica abandonou a linha de argumentação em seguida devido à boa e velha falta de argumentos.
Não se pode deixar de reconhecer, entretanto, que a apresentadora prestou um serviço a esse debate mesmo dando espaço menor à opinião divergente. Afinal, apesar de ter tentado cassar a palavra de um entrevistado, o que ele conseguiu dizer por certo fez muita gente refletir que a blogueira de pés de barro tem excelente$ razõe$ para falar mal de seu país.
Altman deu, no ar, informação que a mídia nunca dá quando exalta Yoani: ela recebe fortunas de corporações – inclusive de mídia – que se opõem ferozmente ao regime cubano. Assim, sendo ou não agente da CIA, suas posições políticas a recompensam muito bem financeiramente, além da fama e da exaltação que as mesmas corporações fazem de si.
E o que é melhor: Yoani ganha tudo isso sem correr risco algum de retaliação pelo alvo de tanto ideali$mo, a terrível “ditadura” que a deixa sair pelo mundo detratando-a e que, em Cuba, nada faz para impedi-la.
Muito estranha a “ditadura” cubana, não? Se a tal Yoani fosse viva nos idos de 1964 e divergisse da “ditabranda” brasileira (by Folha de São Paulo) como diverge do regime cubano, a esta altura estaria vendo capim crescer pela raiz. Afinal, ditadura que é ditadura não permite uma palavra de quem diverge. Quanto mais verborragia como a dessa mocinha.
E, falando em livro sobre Cuba, aproveito para recomendar “Cuba Sem Bloqueio: a Revolução Cubana e seu futuro, sem as manipulações da midia dominante”, de Hideyo Saito e Antonio Gabriel Haddad. Cheguei a ele por meio de uma resenha de internet. Muito bom, a melhor coisa que li sobre a ilha nos últimos anos.
Esse Vaia era o maior dedo duro da ditadura… perseguia marxistas… e hj é debatedor da Globo news! Tá coerente…
CIDADE DE JUNDIAI, COMPARECEU O JORNALISTA
SANDRO ANGELO VAIA, QUE FEZ GRAVES
ACUSACOES CONTRA SCHENKEL, ANTONIO GALDINO
E OUTROS, ESCLARECENDO QUE ESSES
ELEMENTOS PROMOVIAM EM VARIAS RESIDENCIAS NO
BAIRRO DA PONTE DE SÃO JOÃO, REUNIÕES
«SUBVERSIVAS, ONDE SE PROPAGAM IDEIAS
MARXISTAS E, DE FATO, SE REORGANIZAVAM UMA DAS
CELULAS DO PARTIDO COMUNISTA. DE PRONTO A
AUTORIDADE POLICIAL DETERMINOU BUSCA E
APREENSÃO DE LIVROS, PANFLETOS E OUTROS ESCRITOS NA RESIDÊNCIA…”
Os canalhas demoram a morrer…
Prefiro que ele desapareça fisicamente.
AUTORIDADE POLICIAL DETERMINOU BUSCA E APREENSAO”.
Mas cassação, não houve. Acredito até que o Altman falou mais que o outro debatedor. Se não a sua eloqüência se sobrepôs ao outro.
O ápice do desconforto se deu quando o Altman citou um texto do Estadão, escrito pelo próprio Vaia, e que chamava os manifestantes contrários à blogueira cubana de vagabundos. Foi aí que o outro mostrou todo o seu reacionarismo e perdeu o prumo (no final o articulista do Estadão desdenhou do presente que o Altman lhe ofereceu e a apresentadora não concedeu alguns segundinhos para que fosse oferecido no ar, sob o pretexto de “não haver mais tempo”) . A Mônica teve que ir em socorro do cara. No mais, debate quente como só poderia acontecer quando o assunto envolve Cuba e a hipocrisia da mídia tupiniquim.
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bem, sério, o Breno defendia que se a moça tivesse o que dizer ou mostrar, independente das interrupções, se ela quisesse ela conseguiria ..e eu já penso que não
alertando nos anos 60 contra o COMUNISMO ATEU no livro
UNE – INSTRUMENTO DE SUBVERSÃO
como alunos do ita discutiam filiar-se à une
um avião MILITAR levou graciosamente
a yoani deles pro cta
pregar democracia aos que queriam se desgarrar
depois foi o que se viu
a ditadura MILITAR assumiu
e sua garota propaganda
pelo menos até hoje
SUMIU
Aquele que está correndo até hoje, no inferno, de medo dos Castros e Tche.
A Grobu adora ditadores sanguinários e que odeiem o povo..
me chocou ver um jornalista pensar de tal forma (Vaia).
então, lendo os comentários, fui buscar no link postado pelo Michel no seu comentário.
DELATOR! DEDO DURO! pessoas (erradas ou certas) morreram graças a este tipo de gente.
Patricia (tbm comentou o post do Michel), concordo com Você!
Ela tem promovido ótimos debate na comunidade socialismo e em suas postagens sobre o tema.
Conhece bem a vida da blogueira e de seus familiares, familiares que a mesma sustenta com a grana
que os opositores do regime Cubano lhe proporciona.
https://www.facebook.com/maria.leite.5?fref=ts
Compare Havana com Los Angeles ou com Houston e logo a seguir pergunte se qual o sistema que deu certo.
que o governo de Cuba não permite, ou não permitia, a saída de pessoas do pais?
Eles não iluminam o futuro e sim, são os faróis que iluminam a estrada que leva ao pesadelo.
http://www.sul21.com.br/jornal/2012/10/eleicoes-em-cuba-quem-indica-os-candidatos-e-o-povo/
Discordo do Breno Altman quanto a Yaoni não ser agente da CIA, tecnicamente ela é.
A blogueira recebe financiamento e participa de projetos finaciados pela Sina( seção de interesses americanos- semi embaixada em Havana) ou por institutos e tink-tanks ligados ao governo dos EUA. Tais instituições fazem, segundo os EUA,às claras, o trabalho que cabia à Agência fazer, incubertamente, nos anos 70. Algumas destas instituições são: NED, IRI, Os objetivos de tais finaciamentos e instituições é fomentar no mundo inteiro o apoio aos interesses dos EUA e derrubar adversários.
Sandro Vaia: merece o sobrenome.
Yoane: em breve será esquecida.
Breno Altman: Lúcido, claro, inteligente. Não tem ranço. Valeu, Breno.
“Ler os comentários do romanoff causa impotência intelectual!