16/03/2013
Na selva corporativa fuja das teias das "aranhas"... Não seja um "grilo".
Trago
Max Gehringer
novamente para o palco do blog. Conto uma historinha sobre dois
personagens: O grilo e a Aranha. Primeiramente convido-os a ler a fábula
e
depois vamos conversar.
O QUE
É... HIPOCRISIA?
É
representar um papel levando em conta as prioridades pessoais
Personagens:
o Gafanhoto Estressado e a Aranha Bem Intencionada.
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Cena um:
O
Gafanhoto tenta convencer a Aranha de que um colega de trabalho dos dois, o Camaleão,
é um hipócrita de carteirinha.
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Esse
Camaleão é um fingido, Aranha. Sempre mudando de cor conforme a ocasião.
--
Mas essa
não seria só a natureza dele, Gafanhoto? Ele não foi criado desse jeito?
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Nada! Antigamente
ele fazia o mesmo que nós, dava duro para levar a vida. Depois, virou esse
artista em tempo integral, sempre escondido atrás de disfarces e artimanhas.
--
--
Para
tirar proveito da situação. Ele fica ali, na moita, com aquela cara inofensiva,
mas, na primeira oportunidade, abocanha os descuidados.
--
Puxa, é
verdade. E eu, que passo horas tecendo a minha teia, no maior capricho...
--
E eu, que
fico pulando de um lado para outro sem parar? É por isso que vivo estressado.
Se me distraio, o Camaleão solta a língua e me pega.
--
É mesmo.
Se você não me abre os oito olhos, eu nunca teria pensado nisso.
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Porque você
é singela e bem-intencionada. Sabe como chama o que o Camaleão está fazendo?
Competição desleal no ambiente de trabalho!
Faz
sentido. Você é um sábio, Gafanhoto.
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Obrigado,
Aranha. Mas o ponto é que não podemos, nunca, confiar no Camaleão.
--
Será que
não haveria um jeito de neutralizá-lo? Bom, para nosso benefício mútuo, eu acho
que tenho um plano infalível.
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Tem?
--
Tenho.
Escute...
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Intervalo:
Se os
antigos gregos não tivessem inventado as fábulas, a democracia e a filosofia (e,
ademais, sacado que a soma do quadrado dos catetos era igual ao quadrado da
hipotenusa), ainda assim eles teriam entrado para a história por sua habilidade
para criar palavras. Como "hipotenusa". Ou "hipocrisia",
termo que significa "abaixo da decisão".
Hipócrita,
no teatro grego, era a maneira como o povo se referia ao ator que representava
sem nunca tomar decisões sobre o texto. E seu talento estava em convencer a plateia
de que ele não era ele mesmo, mas sim aquele personagem ali no palco.
Milênios
se passaram e não surgiu palavra melhor para definir os hipócritas modernos,
que continuam tão dissimulados quanto seus ancestrais. A diferença é que os
hipócritas evoluíram. Agora, eles criam seus próprios diálogos. Por isso, no
palco corporativo, a sobrevivência profissional depende da sensibilidade para
identificar os personagens que estão contracenando conosco.
O
Estressado, que ninguém aprecia muito, pelo menos é sincero ao manifestar seus sentimentos. O que nem sempre
é o caso do colega aparentemente bem-intencionado, em quem depositamos toda confiança
e para quem abrimos nosso coração.
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Cena
dois:
O
Gafanhoto se aproxima para escutar o plano da Aranha. E se enrosca na teia. Imediatamente,
ela o pica e começa a embrulhá-lo para o almoço.
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O QUE
VOCÊ ESTÁ FAZENDO, ARANHA? NÓS NÃO SOMOS COLEGAS E PARCEIROS?
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Não leve
a mal, meu caro Gafanhoto, mas essa é a lei aqui da selva: boa intenção é uma coisa
e prioridade pessoal é outra...
FIM DA FÁBULA
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A
mensagem da fábula é claríssima. O Gafanhoto confiou em quem não devia e... Ferrou-se.
Quem não já passou por situação semelhante? No ambiente de trabalho ou na vida
fora do trabalho? Nas atividades sociais talvez? Em qualquer ambiente onde
exista uma boa dose de camaradagem e aproximação por interesses comuns temos a
tendência de confiar nas pessoas. Notadamente aquelas que aparentam alguma
afinidade conosco. Não é assim?
Conto uma passagem
na minha vida profissional. Era diretor de uma empresa pública e na minha
ascensão da planície até ocupar essa alta função trouxe comigo alguns colegas que
me ajudaram muito e que também foram promovidos em suas carreiras para posições
de maior visibilidade, importância e remuneração, claro.
Nessa vida de
funções “ad nutum”
você pode “cair em desgraça” com seu superior na hierarquia a qualquer momento
e começar a ter problemas. Ocorreu comigo e fui demitido (exonerado) sem
qualquer prévio aviso após mais de seis anos no cargo. Meus companheiros de
jornada – eram técnicos – permaneceram em seus postos sob as ordens do diretor
que me substituiu.
Naturalmente
continuei a manter contato com eles. Era uma forma conviver um pouco com a
corporação e de minimizar o golpe inesperado que recebera com a exoneração desrespeitosa
e humilhante.
Pois bem, em certo
dia me aparecem os "colegas" pedindo clara e diretamente – sem rodeios – que eu
não os procurasse mais, não telefonasse e nem fizesse qualquer contato porque o
novo diretor estava com ciúmes e os ameaçara veladamente de retirar-lhes das
funções remuneradas que ocupavam. Foi deprimente. Eles foram as aranhas e eu o grilo tal como está na fábula. Foi um trauma suportar essa atitude
de pessoas que eu respeitava e com as quais convivera por longos anos. Não
gosto nem de lembrar.
Dito isso acho que
posso ficar por aqui no comentário. Infelizmente nos ambientes corporativos há uma supremacia
da luta pela sobrevivência entre os seus “habitantes”. Desde que haja ameaça à
sobrevivência de alguma espécie na selva corporativa vão prevalecer os
instintos animais de autopreservação. E ai vale tudo.
Em casos assim a
surpresa fica sempre com o “gafanhoto” que não esperava atitudes desleais e pérfidas
de seus presumíveis “amigos do trabalho”.
Aprendi a lição.
Posteriormente cheguei até a trabalhar com alguns deles, pois voltei a ocupar a
função de diretor na mesma corporação e mais uma vez os ajudei, mas dessa vez eu
sabia com quem estava tratando e isso fez toda diferença.
Por
isso concluo
com uma mensagem simples àqueles leitores que estejam iniciando suas
trajetórias
profissionais. Aprendam que (infelizmente) ambientes de trabalho são
selvas corporativas onde os predadores
estão sempre a espreita. Conhecê-los o quanto antes garante uma longa
sobrevivência... Principalmente quando a percepção lhe indicar que são
hipócritas. Estejam atentos e preparados para escapar de suas teias. Não
sejam grilos a
cair nas teias das aranhas.http://www.oficinadegerencia.com/2013/03/na-sela-corporativa-fuja-das-teias-das.html
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