STF, o DOI CODI do século XXI.
Mas ele não foi o único.
Naqueles dias um se destacou na guerrilha do Araguaia. Militante de esquerda,
enfrentou os militares que tinham se apossado do poder através de um golpe
militar. Na prisão foi torturado e não perdeu a ternura. Sua vida é pública sem
um arranhão. Mora na mesma casa até hoje. Como diria o Mino Carta até o mundo
mineral sabe que aquele baixinho é honesto.
No ano de 2005, por conta da
disputa pela indicação de um diretor da Eletrobrás, que dizem seria de direito
do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, o caldo entornou. O Roberto Jefferson,
presidente da legenda, acusa o ministro da Casa Civil de segurar a nomeação.
Neste tempo surge na imprensa a denúncia, com direito a vídeo, mostrando o
pagamento de propina a um indicado, o ex-chefe do DECAM/ECT, Maurício Marinho,
pelo partido na Empresa dos Correios e telégrafos. Jornais, impressos e a
internet são inundados com informações sobre o caso. Em determinado momento
fica difícil de saber o que é verdade e o que é só especulação.
A ira se abate sobre Jefferson
que resolve dar uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Para dar o troco
ele afirma que o governo tem um esquema de pagamentos a deputados e senadores,
que receberiam para aprovar projetos do executivo. A semana posterior a
publicação talvez tenho sido a mais turbulenta da era PT. Muitos acreditavam na
queda da República. Estava criado o termo “mensalão”. Palavra mais usada pela
imprensa em todos os tempos, para se referir à política da corrupção. Uma coisa
deve ser dita, as provas apresentadas até hoje, demonstraram que a denúncia não
se sustenta e que no máximo indica o uso de caixa 2 para campanha eleitoral.
Criado o circo. Dois
daqueles bravos jovens revolucionários foram envolvidos nas denúncias. Estavam
agora sendo cassados implacavelmente pela justiça. Eles negam terem participado
de qualquer movimento dentro do governo para pagamento de propina. A justiça
não pensou assim. Foram parar em um julgamento televisionado ao vivo por
empresas de televisão, que a cada palavra proferida contra eles, coloca um
“especialista” para destilar seu veneno.
Zé Dirceu e José Genuíno,
cassados pela ditadura militar no Brasil, são sobreviventes das torturas
praticadas nas cadeias, estão, sendo cassados novamente. A tortura agora não é no
Pau de Arara, o DOI CODI nestes tempos usa capa preta e senta na sala da Casa
Grande no planalto central do país. Ela é praticada por novos senhores de
engenho.Se não conseguiram antes derrota-los nas lutas das ruas, a justiça está
sendo usada para cassar, praticar a tortura mental e possivelmente condena-los.
Algo que nem a ditadura conseguiu fazer.
Ouvir o ministro Luís
Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, em seu voto afirmar que sabe que
Genuíno é inocente, ao declarar, "lamento
condenar homem que jamais lucrou com a política", mas ao mesmo tempo
aceitar ver a maioria dos algozes condena-lo, é triste, é nojento.
Já o Zé Dirceu foi acusado
de algo, que depois seu próprio acusador em juízo negou, ter dito, o
inocentando. Mas dia após dia está sendo torturado, e possivelmente será preso,
ele e Genuíno, como forma de revanche por ter um dia se colocado contra a elite
dominante para que o Brasil tenha hoje menos miséria em suas cidades. O líder está
ferido!
A indignação se abate sobre
muitos militantes do Partido dos Trabalhadores e de boa parte da população
brasileira. Não podemos nos abater, temos que demonstrar a nossa insatisfação,
seja através de e-mails, redes sociais na internet, salas de aula ou ruas. É
preciso falar, gritar aos quatros cantos do mundo que Zé Dirceu e José Genuíno
estão sendo condenados injustamente. Se pecados políticos eles tem, saibam todos
que não são estes de que estão sendo acusados pela justiça e pela grande mídia.
Nós queremos um julgamento
justo!
Liberdade para Dirceu e
Genuíno!
http://www.dimasroque.com.br/
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