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http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/114816/Indecoroso-Merval-joga-rua-nos-ombros-do-decano.htm
Li a coluna do Sr. Merval Pereira e, como
posso me incluir entre os 25% dos brasileiros aptos a ler, entender, e
também interpretar um texto, por isso, me sinto à vontade para emitir a
minha opinião sobre a mesma. O Sr. Merval Pereira, que em seu próprio
curriculum assume que é, primeiramente “colunista do GLOBO e
comentarista da CBN e da Globo News” e, em sequência, membro da ABL -
fato que, por ter em seu quadro pseudo-escritores do perfil de José
Sarney – O Imperador do Maranhão - e Fernando Henrique Cardoso – O
Príncipe da Privataria-, cujas habilidades literárias envergonhariam
Machado de Assis – nosso James Joyce-, realmente não é distinção da qual
se possa muito se orgulhar. Contudo - currículos às favas-, fiquei
pasmo mesmo foi com a evidente intenção do colunista de conduzir, por
intermédio de sua mais recente obra literária, o voto de um ministro do
STF (Celso de Melo) que, apenas por chicana do i. Relator do caso, não o
emitiu nesta última quinta-feira. E isso como se o ministro do STF
fosse um dos seus leitores fiéis, que terceirizaram para o Sr. Merval
Pereira a habilidade nata dos que existem, segundo Descartes: PENSAR.
Democracia e Estado Democrático de Direito – ainda que O Globo se
desculpe por não os tê-los defendido em 1964 -, são mais que regime de
governo e conceito, são VALORES HUMANOS que se completam. E a coluna do
Sr. Merval Pereira tem, na essência, ingredientes que podem facilmente
ser identificados como ideológicos do que há de pior em termo de
jornalismo, em contrário de ambos: A PARCIALIDADE. No pior estilo globo
de jornalismo, o Sr. Merval Pereira usa sua coluna para oferecer ao
ministro Celso de Melo uma espécie de “Vale A Pena Ver De Novo” do seu
voto sobre os acusados, priorizando a parte em que o mesmo diz estar
analisando seu ponto de vista, minimizando e sugerindo os riscos para o
Sistema e da estabilidade política e democrática brasileira, da
concordância já declarada do ministro com a admissibilidade dos Embargos
Infringentes, manifestada não para beneficiar fulano, sicrano ou
beltrano, mas para a manutenção daquilo que, em 02/04/1964, os patrões
do Sr. Merval Pereira, de ontem e de hoje, através do editorial em O
Globo, desprezaram: O Estado Democrático de Direito. Não podemos, pois,
tolerar que daqui a 50 anos O Globo venha fazer novo “mea culpa”, se
desculpando por erros do passado; de agora. O Brasil não pode sacrificar
100 anos de Estado Democrático de Direito simplesmente porque,
primeiro, O Globo há 50 anos entendeu que estava certo; e recentemente
admite que errou; e nos próximos 50, porque novamente O Globo, através
de seu colunista, de forma absolutamente PARCIAL, travestida de
comentário, entende que “O Brasil precisa de símbolos”, como se a ampla
defesa, no STF, tivesse caráter diferente de outros tribunais. Isonomia,
é senso comum Sr. Merval Pereira, significa tratar igualmente os
iguais, e desigualmente os desiguais. Se o Recurso Infringente não
existe no Superior Tribunal de Justiça, é porque àquela Corte não é
concedido constitucionalmente julgar os que foram alçados a cargos
privilegiados. Portanto, desiguais. O resto é chicana. Chicana da mesma
natureza que o extenso, e indecoroso - pelas grosserias apenas inerentes
a partidários-, voto do ministro Gilmar Mendes – como anda o pedido do
processo de impeachment? -, que desaguou no inevitável adiamento do
último voto, criando a condição para que a Liberdade de Imprensa
brasileira pudesse tentar acuar o ministro Celso de Melo. O colunista -
não posso chamá-lo de jornalista nesse caso, pois evidentemente não está
reportando um fato, mas atuando sobre o pensamento do ministro Celso de
Melo, como pretenso doutrinador - transcreve em detalhes e de forma
cristalina o pensamento dos 5 ministros do STF que votaram contra a
admissibilidade dos Embargos Infringentes na AP470, mas não o faz, em
detrimento da isonomia de uma “reportagem/doutrina”, qualquer referência
ao pensamento dos 5 ministros do STF que votaram a favor da
admissibilidade dos mesmos, como se aqueles não tivessem voz do
colegiado. Deve-se, então, tomar muito cuidado com "colunas" como essa,
pois trazem em seu bojo apenas pressão sobre um ministro do STF. Mas
porque um colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News faria
pressão a um ministro do STF? Pelo simples prazer de interferir no
pensamento daquele? Por vivermos um regime democrático, com liberdade de
imprensa? Porque a condenação dos acusados da AP470, em particular a
condenação de José Dirceu, tornou-se uma questão de honra para as
Organizações Globo, independentemente do que pensam os ministros do STF?
E, portanto, vale qualquer coisa para se atingir esse objetivo, Estado
Democrático de Direito e urbanidade mínimos às favas? A meu ver, não
estamos a um passo de “desmerecer a confiança que nos foi confiada”.
Estamos a um passo, ou um voto, de enterrar o Estado Democrático de
Direito e implantar no Brasil um Estado Midiático, com todos os riscos
que isso representa. E você?
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Estamos a um passo, ou um voto, de enterrar o Estado Democrático de Direito e implantar no Brasil um Estado Midiático
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