Páginas

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Estamos a um passo, ou um voto, de enterrar o Estado Democrático de Direito e implantar no Brasil um Estado Midiático


  1. Syk4ryo Syk4 13.09.2013 

    Li a coluna do Sr. Merval Pereira e, como posso me incluir entre os 25% dos brasileiros aptos a ler, entender, e também interpretar um texto, por isso, me sinto à vontade para emitir a minha opinião sobre a mesma. O Sr. Merval Pereira, que em seu próprio curriculum assume que é, primeiramente “colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News” e, em sequência, membro da ABL - fato que, por ter em seu quadro pseudo-escritores do perfil de José Sarney – O Imperador do Maranhão - e Fernando Henrique Cardoso – O Príncipe da Privataria-, cujas habilidades literárias envergonhariam Machado de Assis – nosso James Joyce-, realmente não é distinção da qual se possa muito se orgulhar. Contudo - currículos às favas-, fiquei pasmo mesmo foi com a evidente intenção do colunista de conduzir, por intermédio de sua mais recente obra literária, o voto de um ministro do STF (Celso de Melo) que, apenas por chicana do i. Relator do caso, não o emitiu nesta última quinta-feira. E isso como se o ministro do STF fosse um dos seus leitores fiéis, que terceirizaram para o Sr. Merval Pereira a habilidade nata dos que existem, segundo Descartes: PENSAR. Democracia e Estado Democrático de Direito – ainda que O Globo se desculpe por não os tê-los defendido em 1964 -, são mais que regime de governo e conceito, são VALORES HUMANOS que se completam. E a coluna do Sr. Merval Pereira tem, na essência, ingredientes que podem facilmente ser identificados como ideológicos do que há de pior em termo de jornalismo, em contrário de ambos: A PARCIALIDADE. No pior estilo globo de jornalismo, o Sr. Merval Pereira usa sua coluna para oferecer ao ministro Celso de Melo uma espécie de “Vale A Pena Ver De Novo” do seu voto sobre os acusados, priorizando a parte em que o mesmo diz estar analisando seu ponto de vista, minimizando e sugerindo os riscos para o Sistema e da estabilidade política e democrática brasileira, da concordância já declarada do ministro com a admissibilidade dos Embargos Infringentes, manifestada não para beneficiar fulano, sicrano ou beltrano, mas para a manutenção daquilo que, em 02/04/1964, os patrões do Sr. Merval Pereira, de ontem e de hoje, através do editorial em O Globo, desprezaram: O Estado Democrático de Direito. Não podemos, pois, tolerar que daqui a 50 anos O Globo venha fazer novo “mea culpa”, se desculpando por erros do passado; de agora. O Brasil não pode sacrificar 100 anos de Estado Democrático de Direito simplesmente porque, primeiro, O Globo há 50 anos entendeu que estava certo; e recentemente admite que errou; e nos próximos 50, porque novamente O Globo, através de seu colunista, de forma absolutamente PARCIAL, travestida de comentário, entende que “O Brasil precisa de símbolos”, como se a ampla defesa, no STF, tivesse caráter diferente de outros tribunais. Isonomia, é senso comum Sr. Merval Pereira, significa tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais. Se o Recurso Infringente não existe no Superior Tribunal de Justiça, é porque àquela Corte não é concedido constitucionalmente julgar os que foram alçados a cargos privilegiados. Portanto, desiguais. O resto é chicana. Chicana da mesma natureza que o extenso, e indecoroso - pelas grosserias apenas inerentes a partidários-, voto do ministro Gilmar Mendes – como anda o pedido do processo de impeachment? -, que desaguou no inevitável adiamento do último voto, criando a condição para que a Liberdade de Imprensa brasileira pudesse tentar acuar o ministro Celso de Melo. O colunista - não posso chamá-lo de jornalista nesse caso, pois evidentemente não está reportando um fato, mas atuando sobre o pensamento do ministro Celso de Melo, como pretenso doutrinador - transcreve em detalhes e de forma cristalina o pensamento dos 5 ministros do STF que votaram contra a admissibilidade dos Embargos Infringentes na AP470, mas não o faz, em detrimento da isonomia de uma “reportagem/doutrina”, qualquer referência ao pensamento dos 5 ministros do STF que votaram a favor da admissibilidade dos mesmos, como se aqueles não tivessem voz do colegiado. Deve-se, então, tomar muito cuidado com "colunas" como essa, pois trazem em seu bojo apenas pressão sobre um ministro do STF. Mas porque um colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News faria pressão a um ministro do STF? Pelo simples prazer de interferir no pensamento daquele? Por vivermos um regime democrático, com liberdade de imprensa? Porque a condenação dos acusados da AP470, em particular a condenação de José Dirceu, tornou-se uma questão de honra para as Organizações Globo, independentemente do que pensam os ministros do STF? E, portanto, vale qualquer coisa para se atingir esse objetivo, Estado Democrático de Direito e urbanidade mínimos às favas? A meu ver, não estamos a um passo de “desmerecer a confiança que nos foi confiada”. Estamos a um passo, ou um voto, de enterrar o Estado Democrático de Direito e implantar no Brasil um Estado Midiático, com todos os riscos que isso representa. E você?

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/114816/Indecoroso-Merval-joga-rua-nos-ombros-do-decano.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário